Edição: 99
O comércio varejista sofreu contração no volume de vendas (valor real) em 2016 de 9,2% até setembro e de 10% se considerados últimos doze meses, segundo Pesquisa Mensal de Comércio do IBGE. Todas as atividades encolherem muito, exceção à de artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria com variação negativa relativamente comportada. Entre as maiores perdas, móveis, eletrodomésticos e veículos. Dinheiro curto, crédito escasso e juros elevados, transformam esses bens em luxo que fica para o futuro.

Trump, SELIC e recado dado

O economista-chefe do Banco Safra disse ao Valor Econômico que a vitória de Donald Trump na eleição estadunidense impõe ao Banco Central momento “mais cauteloso” com o ritmo de queda da taxa básica de juros (SELIC). O representante do Safra prevê que na reunião de 30 de novembro do Comitê de Política Monetária se defina redução de 0,25 ponto na taxa em vez do 0,5 ponto até então tolerado pelo mercado. A economia suspira na recessão, o desemprego está em alta e o comércio desmancha. A expectativa é de inflação em queda, o que significa taxa real de juros maior, embora SELIC menor. Mas esses detalhes não importam. O recado do mercado financeiro está dado: intocável é o estratosférico ganho em juro real brasileiro, sem igual no mundo.

Remuneração média

O rendimento nominal habitualmente recebido no trabalho principal, segundo Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio – Contínua (PNAD-IBGE), revela que o brasileiro recebe, em média, R$ 1.921,00 a cada mês, o equivalente a modestos 2,18 salários-mínimos. Acima dos R$ 2 mil é a média no Sudeste, Sul e Centro-Oeste e abaixo de R$1,5 mil, Norte e Nordeste. Homens têm renda média superior à das mulheres em todas as regiões. No país, R$ 2.119 para o homem e, para a mulher, 77% desse total, de R$ 1.649.

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