Edição: 96
Três jornais de circulação nacional anunciaram em manchete de 15 de outubro a redução do preço da gasolina. Otimistas, para dois deles a redução contribuiria com o corte nos juros. Em verdade, na bomba esperava-se queda de modestos R$ 0,03. Não aconteceu. O preço da gasolina se elevou pós-manchetes, declarou em entrevista nesta semana Pedro Parente, presidente da Petrobrás.
O preço da gasolina cresceu 23,5% no acumulado de outubro de 2014 a setembro de 2016, pouco menos que o etanol, 25,5%. Ambos superaram nesse período o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), 18,7%. De toda forma, preços do etanol e gasolina apontam para queda desde dezembro de 2015.

Fatias do orçamento

Os investimentos e gastos da União são contabilizados nas chamadas funções orçamentárias (grupos de despesas). Entre essas funções, observada a média do período 2007-2015 e, ainda, dotação para 2016, a mais elevada é a de Previdência, com 28,1% do orçamento, já incluídos custos administrativos, previdência do regime estatutário e previdência geral. De maior impacto no orçamento geral, no entanto, são os Encargos Especiais. É a conta que soma, predominantemente, juros da dívida pública e transferências. Representa a cada ano, em média, 42% do total gasto.

Refinanciamento e juros

Para 2016, o orçamento da União destina à conta Amortização da Dívida por Refinanciamento – a manjadíssima rolagem – R$ 833 bilhões dos R$ 2,964 trilhões que serão gastos pela União. Há, ainda, o serviço da dívida (juros), que totaliza R$ 304 bilhões contabilizados na conta de despesas correntes. Por fim, outros R$ 160 bilhões de amortizações efetivas. Total de R$ 1,348 trilhão, ou 45% de todo o gasto federal.

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