Edição: 04/09/2015
Inflação em alta, número de desempregados crescente, crédito em baixa. As empresas, diante de tais indicadores e de cenário pessimista para 2015 e 2016, são ainda mais resistentes às reivindicações de aumento salarial de trabalhadores. De 302 reajustes salariais comparados pelo DIEESE em 2015, 68,5% registram índices acima do INPC, proporção bem inferior à de 2014, 92,7%. A maioria dos ganhos acima da inflação situaram-se em índices de até 1%. Para 16,9% dessas categorias acompanhadas, o reajuste igualou-se ao INPC e, para 14,6%, foi inferior.

Produto em queda

O Produto Interno Bruto no Brasil segue em queda. Considerados os quatro trimestres encerrados no segundo trimestre de 2015, houve retração de 1,2%, na comparação com igual período anterior. Tomado isoladamente, o primeiro semestre de 2015 registra queda do PIB de 2,1% na comparação com o mesmo período de 2014. A maior retração ocorreu na indústria, 4,30%. No setor agropecuário a queda foi de 2,70% e, em serviços, 0,70%

>> Clique aqui para ler estudo do IBGE intitulado "A Economia Brasileira no 2º Trimestre de 2015: Visão Geral".

Consumo em queda e juros em alta

Os números confirmam previsões pessimistas, mas não têm sido suficientes para alterar a política econômica contracionista. Contracionista, no caso, pode ser traduzida por medidas para a redução da oferta de crédito, a principal delas a astronômica taxa básica de juros (SELIC). Pretende-se conter o consumo. Mas o consumo já está se reduzindo há algum tempo, tanto de governo quanto das famílias, assim como se reduzem os investimentos, representados pela rubrica Formação Bruta de Capital Fixo (Tabela 2). Em outras palavras, a estratégia econômica é aprofundar a queda do que já está em queda. Simples, não? Algum desavisado poderia achar que o Ministro da Fazenda, condutor da política econômica, é agente de oposição, do tipo que torce pelo quanto pior, melhor.

>> Clique aqui para ler estudo do IBGE intitulado "A Economia Brasileira no 2º Trimestre de 2015: Visão Geral".

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