Não é segredo que Michel Temer quer enfraquecer e privatizar a Caixa Econômica Federal. As ameaças ao caráter 100% público do banco são diárias e incluem ataques aos direitos dos empregados. Um dos mais recentes golpes é a nova reestruturação, chamada de Programa Eficiência, que mira na redução de despesas em R$ 2,5 bilhões até 2019.

Os trabalhadores da Caixa, representados pelas mais diversas entidades, repudiam o desmonte da empresa e o fato de o assunto ser o pano de fundo da reunião com mais de 6 mil gestores no Estádio Nacional Mané Garrincha, em Brasília (DF), na quarta-feira (16). Se debater medidas que significam o enfraquecimento da Caixa é inadmissível, fazê-lo em um megaevento financiado com dinheiro público chega a ser deboche.

A convocação dos gerentes de todo o país, com obrigatoriedade de presença ou justificativa de ausência, traz as frases “Em campo pelo Brasil” e “Todo um país vibrando por você”. Não! O Brasil não está vibrando e tampouco joga no time da dilapidação de empresas públicas. Caixa, Eletrobras, BNDES e Correios, entre outras, são fundamentais para os brasileiros.

Questionada, a direção da Caixa declarou que o evento visa “cobrar mais resultados dos empregados”. Algo igualmente inaceitável. Sobretudo, num momento em que empregados da Caixa estão cada dia mais sobrecarregados e adoecendo, enfrentando a piora das condições de trabalho, descomissionamentos arbitrários, assédio moral, entre outros problemas.

A Caixa 100% pública e social não está em jogo. É fundamental que entidades, empregados e sociedade se unam ainda mais para reafirmarem que não abrem mão do banco como parceiro estratégico na execução de políticas públicas. E, no que tange aos bancários e bancárias, uma Caixa que respeite os milhares de trabalhadores que se dedicam diariamente a construir uma empresa serviço dos brasileiros, em especial dos mais carentes.

Conselho Deliberativo Nacional da Fenae
Fenae – Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal
APCEFs – Associações de Pessoal da Caixa Econômica Federal

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