No último dia 7, o Conselho de Administração da Caixa votou nova versão do estatuto. Foi divulgado que entre os itens da proposta estava a transformação da Caixa em Sociedade Anônima (S.A.). O item foi excluído, mas ainda não se tem informação sobre as demais mudanças.
“A não votação deste item é importante na luta contra a privatização, mas não podemos esquecer que os ataques podem vir de outras formas, como o fatiamento da empresa e outras tantas alternativas que a engenhosidade maligna deste governo privatista pode alcançar”, explica a diretora da APCEF/SP Claudia Tome.
Desde que surgiu a ameaça de privatização da Caixa, as entidades representativas dos empregados organizaram mobilizações, audiências públicas, abaixo-assinados, visitas nos locais de trabalho e conversas com os trabalhadores da Caixa. “Entendemos que é importante fortalecer nossa base e conscientizar a sociedade quanto à importância da Caixa para o desenvolvimento do país, como operadora de programas sociais e como reguladora da economia”, reforça a diretora da APCEF/SP.
Ameaças continuam – Matéria do Valor Econômico, de 8 de dezembro, dia seguinte à reunião do Conselho, informou que o presidente da Caixa Instantânea, Rubens Santos, procura um parceiro estrangeiro para entrar como sócio minoritário no leilão da Lotex, previsto para 2018.
Segundo o presidente, a Caixa “entraria na sociedade com seus ativos, capilaridade, conhecimento do mercado e, caso fosse necessário, recursos para ajudar o pagamento da outorga do leilão da concessão”.
Em outras palavras, a Caixa encontraria um sócio para operar o que já opera.
Campanha – A campanha “Defenda a Caixa você também” permanece nas redes sociais e nas ruas para a participação de todos. Acesse, conheça a mobilização e fortaleça a luta em defesa do banco público: www.defendaacaixa.com.br.
Histórico – A mobilização para evitar que a Caixa se tornasse S/A acontece desde o Projeto de Lei do Senado (PLS) 555. À época, uma grande mobilização nacional envolveu empregados de empresas públicas e representantes dos movimentos associativo, sindical e social e afastou essa ameaça do Estatuto das Estatais.
Mais recentemente, com a retomada pelo governo do projeto de privatização, audiências públicas e discussões nos locais de trabalho alertam para os riscos da abertura de capital da Caixa.