Edição: 111
Demonstrações financeiras da Caixa registraram em 2016 retração nas operações de crédito tanto da pessoa física (-1%) quanto da pessoa jurídica (-7,3%). Operações em saneamento e infraestrutura cresceram 11% no ano em relação a 2015, menos do que a metade do registrado em 2015 ante 2014. A carteira de crédito ampliada variou positiva, mas residualmente, em 4,4%. A recessão afoga a procura pelo crédito e o sistema encolhe a concessão. Desempregado e empresa sem vendas têm dificuldade em contratar e em quitar compromissos. Os números de 2016, comparados aos de anos anteriores, dão a dimensão da decadência. Isso é consequência da política neoliberal do Governo Temer.

Mantida a presença em mercado

A participação da Caixa em mercado, observados saldos em depósitos e operações de crédito, se manteve. Na crise mundial iniciada em 2008 os bancos públicos atuaram firmemente na oferta de crédito, enquanto o segmento privado escondia o dinheiro. O resultado tem sido, desde então, mais clientes para os estatais, menos para os privados. A presença inalterada da Caixa no mercado e o resultado já divulgado pelas principais instituições mostra que, agora, todos escondem o dinheiro.

Caixa: o que sobrará?

O número de empregados caiu 2.480 em 2016 (de 97.458 a 94.978). O número de correntistas chegou a 87,1 milhões, 4,1 milhões mais que em 2015. É uma base de clientes que muitos desejam. A direção da empresa, sob a alegação da queda do lucro (-41% em 2016), anunciou que diminuirá mais ainda seu custo com pessoal. Pretende, também, transferir ao mercado serviços de loterias, administração de cartões e seguridade. Privatizar, em bom português. Os bancos, por sua vez, querem o FGTS, o que representa nada desprezíveis 25% dos ativos administrados e receitas em tarifas. Sob a gestão atual, o que sobrará da Caixa?

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