Edição: 79
Em entrevista ao O Estado de São Paulo (9/junho), o presidente da Caixa, Gilberto Magalhães Occhi, fez parecer secundária política do Governo Federal de ampliação da oferta de crédito pelas instituições públicas na crise 2008/2009. A agressividade das estatais ante o sumiço dos bancos privados foi fundamental para redução dos malefícios econômicos e financeiros da crise. Agora, Occhi pretende centrar a ação da Caixa em habitação e infraestrutura, em vez de disputar as demais linhas de mercado. A intervenção dos públicos desde a crise permitiu espaço não recuperado pelos privados. É assim: a concorrência estatal incomoda e desperta, primeiro, a defesa do encolhimento e, mais adiante, privatização. Afinal, quem não quer esse filão?

Caixa e a presença no mercado

Banco da caderneta de poupança desde sempre, a participação da Caixa nessa modalidade mantém-se desde 2009 com média superior a 35%. Tradicionalíssima no habitacional, embora em proporção inferior a 2009 a Caixa lidera em 2015 com 67,1%. Outras operações, algumas raras na Caixa de outros tempos, tomam fatias do mercado: crédito, 20%, depósitos à vista, 18%, e CDB, 21,4%, mostram o potencial do banco público.

Crédito e PIB

Operações de crédito impulsionam o comércio e a produção financiando consumidor e empresas. É dinheiro para consumo das famílias e bens de capital. Consumo e produção em alta, desemprego em baixa. Desde 1995, primeiro ano da implantação do Real, até 2007, a proporção do crédito em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) se reduz, variando de 37% a 30%. Daí a 2013, o que inclui a crise 2008/2009 e o elevado PIB de 2010, a proporção cresce de 33% a 56% do Produto. De 2014 para cá, mantém-se em 53%. O crédito no Brasil ainda é escasso. As economias desenvolvidas registram ofertas superiores. Nos Estados Unidos, Japão e China o montante do crédito privado supera o PIB.

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