A Apcef/SP divulgou nesta quinta-feira (24/9) uma carta aberta em apoio à luta dos trabalhadores dos Correios e contra as iniciativas do governo de privatizar a empresa pública, confira o texto abaixo:

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Carta aberta aos trabalhadores dos Correios
Na luta por direitos e contra a privatização

A Apcef/SP se solidariza com os trabalhadores dos Correios que sofreram um duro ataque contra seus direitos, sem contar a constante ameaça de destruição da empresa.

Na segunda-feira (21/9), em reunião com votação dividida, o Tribunal Superior do Trabalho (TST) julgou não abusiva a paralisação que já durava 35 dias e determinou o retorno imediato ao serviço, fixando reajuste salarial de 2,6% e multa diária de R$ 100 mil por descumprimento da decisão. A greve teve início por conta da ameaça da direção da empresa de não cumprir o Acordo Coletivo da categoria.

Em sua sentença, o TST eliminou 50 das 79 cláusulas do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT). Foram retirados itens que tratavam de adicional de risco, licença-maternidade, indenização por morte, auxílio-creche, entre outros.

Diante da retirada de direitos históricos, acrescida de ações do governo para preparar a privatização da ECT, que tem alardeado aos quatro cantos a venda da empresa, a Apcef/SP avalia que o ataque não apenas atinge os Correios, mas todo a classe trabalhadora e a sociedade em geral.

A empresa registrou lucro líquido de R$ 614 milhões no primeiro semestre de 2020, com previsão de alcançar o patamar de R$ 1,5 bilhão até o fim do ano. O governo busca, com a privatização dos Correios, abrir uma nova onda de venda do patrimônio público do país.

Em nenhum local em que houve privatização dos correios, o serviço postal ficou mais barato ou teve maior abrangência. É exatamente o contrário: toda vez que privatizou, ficou mais caro e houve redução do atendimento. Aconteceu na Alemanha, na Argentina, na Inglaterra e em Portugal.

A ECT, assim como a Caixa, oferece um serviço de extrema importância para a população brasileira, beneficiando moradores de pequenos municípios, distantes das metrópoles e sem acesso a serviços bancários, à internet e outros meios de comunicação.

Defender os Correios é defender a soberania nacional. A estatal é superavitária e tem condições de construir a integração nacional por estar presente em todas as cidades e regiões do país. É a única empresa que, mesmo não obtendo lucro com a entrega de encomendas e correspondências nas cidades longínquas do sertão e ribeirinhas, é capaz de prestar esse tipo de serviço.

Em defesa da sociedade, do patrimônio público e das estatais de nosso país, a Apcef/SP manifesta seu total apoio à luta dos trabalhadores dos Correios e repúdio às iniciativas do governo para acabar com a empresa.

 

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