Reposição total da inflação e aumento real garantidos, assim como os direitos previstos pela Convenção Coletiva de Trabalho para os próximos dois anos. Os sindicatos representantes de bancários de instituições públicas e privadas assinaram na sexta-feira (31), com a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), a Convenção Coletivo de Trabalho (CCT) 2018/2020 e os acordos aditivos do Banco do Brasil e da Caixa Federal, válidos pelo mesmo período.

Na cerimônia, realizada em São Paulo, a presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Juvandia Moreira, destacou a importância da unidade entre os bancários de todo o Brasil na Campanha Nacional Unificada 2018 e destacou a manutenção de todos direitos e o fortalecimento da organização dos bancários como outro grande resultado.

“Quero parabenizar os dirigentes sindicais do Comando. Esse processo foi construído com todos eles desde as assembleias, conferências estaduais, regionais, a nacional, com muita maturidade e sabedoria, todos buscando representar o que era vontade dos bancários. E isso foi feito. A ‘reforma trabalhista’ tornou a conjuntura mais difícil e impactou nossa negociação, mas não o nosso patrimônio construído por tantos anos, a nossa CCT, da qual temos tanto orgulho e zelo.”

Juvandia ainda lembrou que “mantivemos nossa unidade, que também é um patrimônio construído. Construímos um acordo com aumento real que era o que os bancários queriam. Por isso aprovaram em assembleias lotadas por todo o Brasil. Renovar mais um acordo com todos os direitos e aumento real por dois anos ajuda as demais categorias porque vira referência.”

Ela enalteceu também a importância dos sindicatos. “Sempre discutimos que os trabalhadores deveriam definir a forma de financiamento de seus sindicatos e alcançamos isso. Ter sindicatos fortes, em negociação nacional como é a nossa, é importantíssimo. Por isso os bancários comemoram a assinatura desse acordo.”

Quando o trabalhador ganha, a economia se fortalece – Os ganhos dos bancários na Campanha 2018 – dos quase 500 mil trabalhadores de bancos públicos e privados em todo o Brasil – terão forte impacto na economia do país. Somente o reajuste de 5% nos salários da categoria representa acréscimo anual de cerca de R$ 2,5 bilhões na economia. O mesmo vale para os vales alimentação e refeição: um impacto adicional de R$ 384 milhões em um ano.

Em âmbito nacional a PLR conquistada injetará por volta de R$ 7,036 bilhões no mercado, nos próximos 12 meses. Já com a antecipação do pagamento, em 20 de setembro, o será de cerca de R$ 3,190 bilhões.

“Somados os reajustes nos salários, vales e a PLR total levarão para a economia nacional cerca de R$ 9,922 bilhões. São quase R$ 10 bilhões que saem dos cofres dos bancos para os bolsos dos trabalhadores e vão aquecer o consumo e ajudar a economia girar”, avaliou Juvandia. “Essa é mais uma mostra da importância dos trabalhadores terem salários melhores e mais direitos para a economia nacional: empregos e salários produzem um mercado interno forte, robusto, capaz de enfrentar as incertezas da crise. Esse é o país que queremos e vamos continuar lutando para construir, com mais empregos, inclusão e justiça social, igualdade de oportunidades para todos.”

Acordos específicos dos bancos públicos – Na sequência da assinatura com a Fenaban, os bancários também assinaram os acordos específicos dos bancos públicos. “Parabéns às comissões de empresa por esse acordo. Os bancários de bancos públicos serão os únicos funcionários públicos a terem aumento real”, comemorou Juvandia.

Wagner Nascimento, coordenador da Comissão de Empresa do Banco do Brasil, disse que o importante é que o acordo manteve todas as cláusulas e não tirou direitos dos bancários. “Mostramos nossa disposição de discutir assuntos polêmicos, mas sempre com foco em manter e ampliar direitos dos bancários. Criamos paradigma de negociação.”

Dionísio Reis, coordenador da Comissão Executiva dos Empregados da Caixa, ressaltou que a história de luta e conquista dos empregados prevaleceu na defesa da Caixa 100% pública: “Na manutenção do Saúde Caixa e da PLR Social, no fim dos descomissionamentos de gestantes e a manutenção do direitos, a luta continuará por melhores condições de trabalho e contra a privatização.”

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