Em mais uma reunião ordinária do Conselho de Usuários do Saúde Caixa, realizada nesta quarta-feira (29), por meio de videoconferência, os representantes dos empregados saíram do encontro com os conselheiros indicados pela Caixa Econômica Federal com a sensação de quero mais, dado que não houve o registro de avanços. Muitas das perguntas feitas não foram respondidas satisfatoriamente, com o banco voltando a apresentar informações insuficientes sobre as falhas no atendimento do plano de saúde, o que continua a gerar muitas reclamações.  

O encontro também tratou sobre gestão de inadimplência, criação do novo Sistema de Atendimento Saúde Caixa (Siasc) – para substituir o atual Auto.SC, demora nas liberações dos procedimentos, questões relacionadas à rede credenciada com ênfase para o cotidiano de descredenciamento de profissionais – seja de ordem espontânea por parte do prestador, seja por iniciativa do banco público. Preocupam ainda os atrasos nos pagamentos de médicos, clínicas e especialidades.

A reunião debateu ainda melhorias no APP com as novas funcionalidades e houve a apresentação de dados sobre o relatório atuarial. Foram dadas algumas informações gerais acerca dos números do plano de saúde.

O colegiado eleito pelos usuários do Saúde Caixa, que atua como instrumento essencial para o acompanhamento da gestão financeira e administrativa do plano de saúde, criticou a postura recorrente da Caixa de fornecer informações insuficientes, combinada com o comportamento antiprofissional do atuário da Wedan, prestadora de serviço do plano de saúde dos empregados do banco público.

Foram muitos os problemas apontados. “Os representantes eleitos do Conselho de Usuários questionaram os números do plano, porque não dispõem de adequado tratamento na área atuarial. A empresa que atende a Caixa deixa muito a desejar nos relatórios que repassa, sempre incompletos, que mais parecem documentos ‘encomendados’. Realmente esses atuários atendem à Caixa, não aos usuários do plano de saúde. É uma falta de respeito para com os participantes do Saúde Caixa”, denunciou a conselheira eleita Zuleida Martins Rosa.

Segundo Zuleida Rosa, já virou lugar comum nas reuniões sobre o Saúde Caixa as explicações chegarem em conta-gotas, sempre precisando repetir os pedidos de geração de dados para uma análise segura. “Fica nítido que o representante da Wedan está proibido de falar os conteúdos que realmente interessam aos usuários”, reitera.

Na reunião com os representantes do banco, os conselheiros eleitos questionaram o fato de a Caixa precisar refazer os cálculos referentes ao tratamento de covid-19, que foi considerada uma doença ocupacional, mas a conta sobrou para os usuários pagarem, como tratamento normal de saúde. O curioso, para dizer o mínimo, é que o empregado em atividade adoeceu dentro de uma unidade do banco.  

Diante dos frequentes problemas detectados na rede credenciada, com pouca ou nenhuma relação de profissionais credenciados país afora, os conselheiros eleitos reforçaram ainda a importância da rede credenciada própria, com capacidade de fortalecer a condição do Saúde Caixa como operadora de plano de saúde de autogestão por RH.

O direito a atendimento decente é uma necessidade premente dos beneficiários. Isso é compatível com um plano financeiramente viável a todos os empregados do banco. O papel do Conselho de Usuários é cobrar cada vez mais transparência da direção da Caixa sobre o plano de saúde dos empregados da ativa, aposentados e dependentes, que é uma das maiores conquistas da categoria.

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