O empregado da Caixa não é respeitado na gestão de Gilberto Occhi, que está à frente da diretoria do banco público. Direitos são atacados sistematicamente, como a tentativa de mudança no modelo do Saúde Caixa.
Em janeiro deste ano, a Caixa tentou impor aos empregados reajuste na mensalidade de 2% para 3,46% da remuneração base, elevação do teto de coparticipação anual de R$ 2.400,00 para R$ 4.209,05 e porcentual de coparticipação de 20% para 30%. Essas medidas foram barradas por liminar da 22ª Vara do Trabalho de Brasília, por meio de ação ajuizada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf/CUT), Fenae e sindicatos de todo o país. Entre outras razões, as medidas desrespeitam o Acordo Coletivo de Trabalho (ACT), que vale até agosto de 2018.
Mais ataques – em coletiva à imprensa na terça-feira, dia 28, durante divulgação do balanço 2016 do banco público, o presidente da Caixa voltou a atacar o Saúde Caixa.
Segundo Occhi, mudanças no modelo do plano, inclusive com a redução nos compromissos financeiros da empresa no custeio, estão sendo “negociadas” com o governo federal e serão adotadas para elevar o capital da Caixa, sem que a União tenha de fazê-lo. “É preciso criar limites, essa situação está sobrecarregando o banco”, afirma. Em outras palavras, reduzir direitos em nome do interesse da direção e do governo.
Para a diretora da APCEF/SP e membro do Conselho de Usuários do Saúde Caixa, Ivanilde de Miranda, não há sentido em “negociar” com o governo direitos e princípios reconhecidos pela própria empresa em acordo – e na vigência do acordo – formalizado com os trabalhadores.
“O Saúde Caixa é uma das maiores conquistas dos empregados do banco público. Este plano garante assistência médica aos empregados da ativa, aposentados e dependentes, são quase 300 mil usuários. Estas pessoas não podem ficar reféns de políticas desumanas de redução de direitos a qualquer custo”, aponta.
GT Saúde Caixa – em 26 de março aconteceu reunião do GT Saúde Caixa, quando a empresa apresentou proposta de mudança no modelo de custeio. O objetivo é estabelecer um teto para a participação, que hoje é de 70% das despesas assistenciais, conforme garante o Acordo Coletivo de Trabalho 2016/2018. Os representantes dos empregados no GT repudiaram a proposta. A mesma proposta que foi rechaçada pelos trabalhadores no GT foi apresentada por Occhi à imprensa na terça-feira, dia 28.
Superávit – a notícia que se tem dos relatórios financeiros dos dois últimos exercícios do Saúde Caixa é de que houve superávit entre R$ 70 a 80 milhões, atingindo o valor acumulado de R$ 650 milhões, segundo dados fornecidos pela empresa.
De acordo com o regulamento do plano, com três anos consecutivos de superávit o montante deve ser utilizado para a melhoria do plano ou redução no valor do custeio. Nem uma coisa, nem outra. O que a direção da Caixa quer é esfolar o trabalhador, reduzir direitos e acabar com o plano de saúde.
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