Por Vivian de Sá, diretora da Apcef/SP e do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região

Atendimento ampliado do dia para a noite, pode? Para o Pedro Guimarães, bancário nem é gente, claro que pode.

Cada ser humano da Caixa, na mente de Pedro Guimarães, deve se parecer com uma peça de máquina, ou um mobiliário. Um punhado de trabalhadores e talvez Pedro Guimarães enxergue uma agência. A gestão da Caixa? É só arrastar o mobiliário pra cá, pra lá, esfrega assim, empurra assado. Parou de funcionar? Dá um murro de cima para baixo que pega! Como uma tevê de tubo no canto de um botequim.

As lágrimas de outro dia não devem convencer nem as crianças da primeira infância que já sabem bem distinguir pessoas reais de personagens, apesar de acharem graça em algumas interpretações.

Mas essa não tem graça nenhuma.

Apesar de Paulo Ângelo e Pedro Guimarães viverem como se fossem altamente capazes em seus postos, os empregados seguem cansados de serem humilhados pelos desmandos da gestão atual. Bancários de todos os cantos acenam para suas entidades. Problemas locais têm sido resolvidos, mas o estresse dia após dia, as ameaças, e ainda mais ilustrativa, a falta de compreensão da realidade de cada SER HUMANO que faz parte desta empresa denuncia algo que só tem uma solução. A saída desta gestão da empresa.

Mães e pais de crianças de grupo de risco, que não podem se vacinar, foram cuspidos para fora do home office em um movimento com potencial assassino. Áreas-meio foram convocadas de volta para fazer a vontade do governo, mas muitas pessoas, pasmem, não tinham mais onde trabalhar (em casa estavam produzindo o mesmo ou mais). Pessoas em situação de saúde de alto risco procuraram as entidades e se sentiram humilhados pela Caixa muitas vezes tendo seus pedidos de manutenção de home office inicialmente recusados, precisando de intervenção para resguardar suas vidas.

Do dia para a noite, convocações absurdas! Gerentes gerais indo para porta de agência em um sábado avisar que o local não faria atendimento. Isso mesmo. A agência NÃO ABRIRIA com um funcionário e a multidão na porta. Já pensou!? Com intervenção sindical, às 21h30 da noite da sexta-feira, a solicitação foi retirada. Mesmo assim alguns gestores não souberam e foram. Que agência abre? Quando? Por quê? Sempre uma incógnita respondida às pressas e toca juntar pessoas para abrir agência aos fins de semana.

E na mídia? A Caixa tudo pode, bancários de ferro. Estamos prontos, vamos atender, vamos fazer. Nossos funcionários não precisam de frescurada de home office. Não? Pois é. Reunião ministerial que já era só com os ministros um show de horrores ainda contava com Pedro, sendo negacionista e fazendo cortesia com o chapéu dos empregados e suas famílias. O chapéu, no caso era a saúde, quando não a vida. Dependesse da visão dele quantos mais teriam se contaminado? Quantos teriam morrido?

A nova é essa. Um mês avisando a população que a Caixa abre às 10 horas e fecha às 16 horas a partir de 23 de novembro de 2021. Banco Central, ok. Pessoal, ok. Chega dia 22 e… não, espera um pouco. Abre 8! É, abre 8 amanhã gente, é isso, tá decidido. Gente! Pessoal aqui da padaria, amanhã o pão sai mais cedo. 5 mil padarias do Pedro Guimarães. Com todo respeito aos trabalhadores das padarias, de quem dependemos todos os dias, e que apesar na analogia é um segmento que precisa de muita organização, mas isso aqui não é um comércio do seu Pedrinho. São mais de 80 mil contratos de trabalho, organizados e esse país a despeito do governo ainda tem um punhado de regra e organização. Não quer respeitar as pessoas porque não enxergam? Então respeito as leis e regulamentos.

“Ah, mas fiquem tranquilos, as pessoas não são obrigadas a ir.” Não? Como abre o botequim sem Joaquim? As entidades avisaram que não eram obrigados, mas o que significa compromisso na GDP senão qualquer coisa?

Enquanto pessoas sem qualquer empatia estiverem a frente de empresas seculares, implementadoras de políticas públicas, os empregados e a sociedade só tem a perder.

Amanhã, a maioria das agências Caixa abre as 10 horas, depois de pressão dos representantes dos empregados e a percepção de que fizeram bagunça mesmo.

Para Pedro. Paulo para. Vão procurar um tacho de lama pra se emporcalhar e fazer uma live, e deixem os empregados trabalharem em paz.

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