Passeata em 30 de setembro reuniu mais de 8 mil trabalhadores no centro da capital
A ordem é fortalecer a greve ainda mais. A paralisação dos bancários, que nesta terça-feira chega ao 15º dia com 9.090 locais parados em todo o Brasil, terá de crescer para forçar os banqueiros a distribuir um pouco da riqueza que querem reservar só para eles e para seus altos executivos.
“A categoria está parada porque o setor que mais lucra no país não quer valorizar seus funcionários e isso não vamos aceitar”, afirma a presidenta do Sindicato, Juvandia Moreira. “Somos nós bancários que estamos o ano inteiro trabalhando, na linha de frente, no atendimento e fidelização dos clientes, fazendo crescer o resultado do setor. Deixamos de estar com a família e os amigos, nos desdobramos e quando chega a vez dos banqueiros reconhecerem tudo isso, durante a Campanha Nacional Unificada, dizem ‘não’ a todas as nossas pautas. Então, vamos dizer ‘não’ a eles também. Não vamos voltar aos locais de trabalho até que retomem as negociações e atendam nossas justas reivindicações.”
Juvandia ressalta que o movimento dos bancários é pacífico e legítimo. “Fomos forçados a paralisar nossas atividades e temos o direito de fazer isso. Os trabalhadores não devem aceitar pressão para trabalhar, nem temer retaliações. Nossa força está na nossa união e mobilização, por isso os bancos pressionam forçando voltar ao trabalho, mas não vamos ceder. Só voltaremos com negociação e proposta decente”, avisa a presidenta do Sindicato, convocando os bancários para o ato nesta terça-feira, dia 11, na Praça do Patriarca, às 16 horas. “Vamos protestar contra a intransigência dos banqueiros e cobrar respeito.”
Comando – O Comando Nacional dos Bancários reúne-se novamente nesta terça-feira, em São Paulo, para avaliar o movimento – que já é o maior dos últimos 20 anos – e estratégias para ampliar a greve ainda mais, em todo o Brasil. “Vamos sugerir ao Comando que cobre do governo posição clara sobre a nossa greve. Os bancários exercem seu direito de mobilização, único recurso diante de empresas que não querem pagar aumento real decente, mas lucram tanto que a cada quatro anos podem comprar outro banco do mesmo tamanho. Que esfolam a população com altos juros, com tarifas abusivas e se recusam a contratar mais bancários para melhorar o atendimento”, ressalta Juvandia, que é uma das coordenadoras do Comando Nacional.
Boatos e ameaças – Os bancos estão plantando boatos e informações que visam intimidar e pressionar os trabalhadores para que deixem a greve. “Os bancários já conhecem a baixaria dos bancos e não devem dar ouvidos a nada disso. Já avisamos: não aceitaremos retaliações e a resposta dos trabalhadores a esse tipo de enrolação será uma mobilização cada vez mais forte”, completa Juvandia.
Fonte: Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região