A data foi criada em 1999 pela Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) em homenagem às irmãs Pátria, Minerva e Maria Teresa, militantes conhecidas como “Las mariposas” que lutavam contra a ditadura de Rafael Leônidas Trujillo, na República Dominicana, em 1960 e foram assassinadas.
No Brasil, mesmo com a criação de mecanismos de proteção às mulheres, como Lei Maria da Penha, de agosto de 2006, ainda se registram todos os anos números alarmantes da violência contra a mulher. De acordo com o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, de 2017, a cada 11 minutos uma mulher é vítima de estupro e a cada 2 horas uma mulher é assassinada.
“Estes números são chocantes e carregam o pensamento de uma sociedade machista que historicamente violenta as mulheres”, afirma a diretora da APCEF/SP Ivanilde de Miranda.
3º Encontro da Diversidade – A APCEF/SP realizou em 10 de novembro o 3º Encontro da Diversidade com o tema: “As diferentes formas de violência contra a mulher”.
Se considerar o último relatório da Organização Mundial da Saúde, de 2018, o Brasil ocupa a 7ª posição entre as nações mais violentas para as mulheres de um total de 83 países. “A maioria desses crimes é cometido por alguém da família da vítima, no ambiente familiar”, relata a defensora pública e coordenadora auxiliar do Núcleo Especializado de Promoção e Defesa dos Direitos das Mulheres (Nudem), Nalida Coelho Monte, que esteve no Encontro.
Segundo o “Raio-X do Feminicídio”, um estudo feito pelo Ministério Público, em São Paulo, 45% dos crimes ocorreram por separação ou pedido de separação, 30% por ciúmes ou posse e 17% em meio a uma discussão. O estudo indica ainda que em 66% dos casos, as vítimas foram atacadas dentro de casa, 6% em via pública, 5% no trabalho e 5% em estabelecimentos públicos.
Para a psicóloga Giselle Camara Groeninga, que falou sobre o tema no Encontro da Diversidade, as mulheres que sofrem qualquer tipo de violência precisam buscar ajuda. “Acomodar-se, esperar por mudanças ou acostumar-se com a violência é um comportamento típico, que precisa ser modificado”, alertou.
Dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública revelam que 193 mil mulheres registraram queixa por violência doméstica em 2017, a maior parte do total de 221 mil casos. É uma média de 530 mulheres que acionam a lei Maria da Penha por dia, ou seja, 22 por hora.
“Essa violência cruel contra as mulheres deve ser denunciada e combatida”, enfatiza Ivanilde de Miranda.
A APCEF/SP continuará promovendo debates de temas sociais que devem ser esclarecidos.