Edição: 89 – Julho/2016

Editorial

“Mais um ano se passou e chegamos juntos ao balanço deste período de atividades e realizações da nossa APCEF/SP.  

Tivemos muitos desafios e compartilhamos, com cada um de vocês, a sensação de que todo esforço e dedicação são válidos para construir uma entidade cada dia mais forte. Vivenciamos um cenário político tumultuado, com denúncias, mudanças e um golpe à democracia, quando mais de 54 milhões de votos do povo brasileiro foram ‘jogados fora’.

Estes fatos refletiram no nosso dia a dia, sentimos a pressão de fortes ameaças de fechamentos de agências da Caixa – e a consequente redução de postos de trabalho -, da privatização do banco e a redução da participação dos empregados em decisões importantes no fundo de pensão. O fantasma da terceirização nas atividades-fim voltou a nos assombrar, entre outras ‘temerosas’ situações.

Utilizamos as nossas redes de comunicação para apresentar a visão dos fatos, sob a ótica dos trabalhadores, defendendo seus direitos e nos colocamos permanentemente à disposição. Resistimos com unidade e muito diálogo com todos vocês!

A APCEF/SP fortalece-se com essa unidade. Todos que participam das atividades esportivas, eventos sociais e culturais, visitam as Colônias, enviam sugestões, utilizam o atendimento jurídico e os descontos em convênios constroem essa entidade.

Acima de tudo, a APCEF/SP tem credibilidade e constrói uma relação sólida de confiança e amizade com todos os empregados da Caixa e segue na sua missão de lutar por melhores condições de trabalho, estar presente nas unidades em todo o Estado de São Paulo e promover a integração entre os empregados.

Temos muito orgulho de olhar para a história da APCEF/SP e ver o quanto conquistamos juntos. Temos muito orgulho de hoje fazer parte desta diretoria e poder contribuir incentivando a realização de atividades que promovem qualidade de vida, bem-estar e integração.

Sabemos que a caminhada é longa e que deve ser contínua. Neste caminho até os nossos 110 anos, muitas realizações ainda estão por acontecer.
Sabemos que a manutenção dos nossos direitos, do patrimônio da nossa entidade e da nossa autonomia deve ser diária. A nossa luta, juntos, é o que nos fortalece, é o que nos aproxima e é o que sempre fará de nós colegas de banco, colegas da Caixa, colegas de sempre!

Aproveite a sua APCEF/SP, convide seus colegas da Caixa para fortalecer essa entidade que nós construímos e que é de todos!

E vamos juntos, rumo aos 110 anos!”

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Kardec de Jesus Bezerra
Diretor-presidente da APCEF/SP

• Edição n. 89 – julho 2016 •

Era uma vez…

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…um grupo de empregados da Caixa que queria construir uma Associação representativa que mudasse o rumo da história e que conquistas pudessem ser usufruídas por várias gerações. “Este sonho concretizou-se quando a entidade passou a não depender mais financeiramente da Caixa, ter autonomia e independência para debater com a empresa e defender os empregados sem dever qualquer favor ao banco”, disse o diretor-presidente da APCEF/SP, Kardec de Jesus Bezerra.
A história começou em 2 de abril de 1907, quando o estatuto da Sociedade Beneficente dos Funcionários da Caixa Econômica Federal de São Paulo foi aprovado. Naquela época, o associado contribuía com 2% dos seus vencimentos. A entidade concedia pequenos empréstimos e auxiliava nos gastos com assistência médica, farmacêutica e funerais.
Na década de 40, um grupo de empregados já pleiteava que a entidade os representasse na luta pelos seus direitos. Foi quando fundaram o Grêmio dos Empregados da Caixa Econômica Federal do Estado de São Paulo, em 11 de dezembro de 1948.
Com isso, a partir de 1952, ficou garantido o direito de os associados manifestarem-se em questões sindicais. Época também da criação do grupo de teatro amador, liderado pelos irmãos Fortuna e Moysés Leiner.
O movimento dos empregados da Caixa, em 1956, organizou uma concentração no andar da presidência da empresa, no velho Edifício Sé, na capital paulista, para reivindicar o abono salarial. Com a luta dos empregados, a pauta foi atendida.
Na década de 60, houve racha na categoria, quando os empregados começaram a fundar suas próprias entidades (Associação dos tesoureiros, dos contadores, dos auxiliares de serviços gerais, etc).
A partir do golpe militar, em 1964, o governo determinou que as entidades associativas dos trabalhadores em todo o país deveriam se unificar e ter caráter eminentemente social e esportivo. Então, em 1971, todas as entidades de empregados da Caixa unificaram-se e foi criada a Associação Beneficente dos Empregados da Caixa Econômica Federal (ABEF/SP).
A dependência financeira voltou a acontecer, com aportes de recursos da Caixa à ABEF/SP, o patrocínio na construção do clube em São Paulo e a instalação da Associação em um prédio do banco. O lema era: “a empresa ajudava a Associação e a ABEF/SP não criava problemas para o banco”.
Porém, nem todos concordavam com esse posicionamento e começaram a aparecer questionamentos: por que jornada de oito horas, por que os empregados não tinham direito à sindicalização, por que, sendo eles auxiliares de escritório, exerciam as mesmas atividades de um escriturário, mas recebiam salário menor, por que a ABEF – sendo uma entidade representativa dos empregados – não fazia alguma coisa, no sentido de denunciar essas irregularidades na Caixa? Por que? por que? E assim surgiu o primeiro porta-voz do movimento dos empregados, o Jornal Zero, em fevereiro de 1983.
Outro marco histórico do movimento dos empregados foi a greve geral na Caixa que aconteceu em 30 de outubro de 1985, ano em que a chapa Nossa Luta, encabeçada por José Carlos Alonso, venceu o pleito eleitoral na  ABEF/SP e iniciou um novo ciclo.

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Com a postura adotada pela nova direção da entidade, de embate com a direção e defesa irrestrita dos direitos dos empregados, a Caixa começou o boicote. A tentativa de desmonte do movimento dos empregados aconteceu com a retirada de aportes financeiros realizados pela Caixa à entidade como, por exemplo, as comissões pela gestão de tíquete-alimentação, a corretagem de imóveis adjudicados do banco e a venda de materiais inservíveis (papéis, papelões, plásticos, etc.) recolhidos nas agências e departamentos.
Em 1988, a entidade passou a  chamar Associação de Pessoal da Caixa Econômica Federal do Estado de São Paulo (APCEF/SP) e, entre muitos desafios, logo de cara, assumiu a luta pela readmissão de 110 empregados (de São Paulo e Minas Gerais) que foram demitidos por participarem da greve de 1991. A resposta pela luta e a readmissão dos empregados aconteceu em outubro de 1992.
Preocupações com os empregados passaram a fazer parte da rotina nas ações da APCEF/SP. Temas como saúde ocupacional, campanhas pela contratação de mais empregados por meio de concursos e o respeito à jornada de trabalho estavam na pauta diária dos representantes dos empregados.
Os oito anos do governo neoliberal de Fernando Henrique Cardoso foram marcados pelo risco da privatização, precarização do trabalho, arrocho salarial, desmonte do banco, desrespeito e descaso com clientes e empregados, agências reformadas a fim de priorizar o auto-atendimento, a criação do RH 008 para demissão imotivada, os planos de incentivo à demissão “voluntária” e a destruição do  plano de cargos e salários. A APCEF/SP fez denúncias, cobrou melhores condições de trabalho e investimentos em segurança e organizou a resistência junto com os empregados!
Nos anos 2000, o embate com a Caixa por melhores condições de trabalho, por mais empregados e outras pautas esteve na ordem do dia da direção da APCEF/SP, que historicamente cumpre o papel de promover a defesa e a manutenção dos direitos dos empregados da Caixa.
“Quem fortalece a luta e a resistência dos empregados perante a direção do banco, nas atuações da APCEF/SP, são os associados que acreditam nesta entidade”, explicou o diretor-presidente da APCEF/SP.
Atualmente, a APCEF/SP também contribui para a formação da cidadania, desenvolvendo projetos sociais em parceria com a ONG Moradia e Cidadania.
Promove atividades esportivas, sociais, culturais e de lazer, buscando qualidade de vida e bem-estar. Incentiva o turismo nas Colônias de Férias e muitas outras atividades que envolvem todos os empregados da Caixa do Estado de São Paulo.
“Essa história é construída a cada dia, pelos empregados da Caixa que são associados à APCEF/SP e mantém viva a chama da nossa luta”, finalizou Kardec de Jesus Bezerra.

• Edição n. 89 – julho 2016 •

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