Nesta quinta-feira, 26 de junho, os trabalhadores da Caixa têm uma importante missão: decidir se aceitam ou não uma proposta de unificação do Plano de Cargos e Salários do banco, em assembléias realizadas em todo o País.
A proposta final foi apresentada pela direção do banco em 25 de junho, durante rodada de negociação com representantes dos empregados. “Essa é uma importante conquista dos trabalhadores, que lutam pela unificação do PCS desde 1998, quando os técnicos bancários entraram na Caixa. Os avanços só aconteceram por causa da mobilização dos empregados” – comentou o diretor-presidente da APCEF/SP, Sérgio Takemoto.
Em 1998, a direção do banco implementava uma política de privatização, com redução do quadro de pessoal e de direitos dos trabalhadores que permaneciam na Caixa. Dentro dessa visão, foi criado o PCS 98, válido para os técnicos bancários.
Por causa da distinção criada entre os trabalhadores a partir de então, teve início uma intensa luta por isonomia. Em 2003, foi criado um grupo de trabalho (GT PCS) para debater a unificação dos Planos de Cargos e Salários, com representantes da Caixa e dos trabalhadores. Em março daquele mesmo ano, a Caixa apresentou um Plano de Cargos, Carreira e Remuneração (PCR), que continha diversos problemas e não vingou. Na Campanha Salarial de 2005, a direção da Caixa extinguiu o GT PCS.
A greve dos empregados durante a Campanha Salarial de 2007 fez com que a Caixa aceitasse incluir uma cláusula no aditivo da Convenção Coletiva de Trabalho sobre a unificação do PCS.
A primeira proposta da Caixa incluía 72 níveis salariais e não apontava critérios para a promoção por merecimento. Também já se falava em vinculação da adesão ao PCS à opção de Saldamento do REG/Replan e ao Novo Plano.
Em maio, os trabalhadores organizaram uma plenária para definir contrapropostas ao apresentado pela Caixa. Entre os itens, sugeria-se 36 níveis para a tabela, de um a dois deltas de promoção por merecimento a cada ano, avaliação cruzada e recusa à vinculação do PCS aos planos de benefícios da Funcef.
No início de junho, trabalhadores de todo o País participaram de um Dia Nacional de Luta para pressionar a Caixa a apresentar uma nova proposta de unificação do PCS. O principal problema apontado pelos trabalhadores continuava a ser a vinculação ao Saldamento do REG/Replan e ao Novo Plano.
No dia 18, a Caixa apresentou uma nova proposta. O número de níveis da tabela foi reduzido para 48. Propuseram o pagamento de uma parcela indenizatória entre R$ 311 e R$ 8 mil.
Assembléias foram marcadas em todo o País para o dia 26. Um dia antes, a direção do banco convocou os representantes dos trabalhadores para apresentar um novo modelo.

• Proposta apresentada em 25 de junho
A Caixa melhorou a proposta de parcela indenizatória. Aumentou para R$ 500 o valor para os trabalhadores com até um ano de empresa e que entrarem até 30 de junho. Elevou para R$ 10 mil o teto para os empregados mais antigos. A quantidade de níveis foi mantida em 48. Também foram mantidos o piso e o teto antes acordados (R$ 1.244 e R$ 3.700). Os critérios para promoção por merecimento serão negociados em uma comissão paritária, até 31 de agosto.
No entanto, apesar da reivindicação dos trabalhadores, a Caixa manteve a exigência de que, para fazer parte do novo PCS, os empregados não estejam vinculados ao REG/Replan não saldado. “Isso é inaceitável. A Caixa está jogando sujo, tentando obrigar os trabalhadores a aderir ao Saldamento” – explicou Sérgio Takemoto. “A APCEF/SP entende que a proposta da Caixa, apesar de não atender todas as reivindicações dos trabalhadores, representa um avanço na busca pela isonomia. A luta pelo fim dessa exigência vai continuar, independente do resultado da assembléia” – finalizou.

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