Convocado pelas principais centrais sindicais do país (CUT, CTB, NCST, Intersindical e Conlutas), movimentos populares, entre eles MST, MTST, CMP e UNE, a quarta-feira, dia 15, tem sido de impacto em várias cidades devido ao Dia Nacional de Paralisação contra o PL 4330/04.

A PL 4330, em seu texto-base aprovado pela Câmara dos deputados no último dia 8, legaliza a terceirização em todos os postos de trabalho da cadeira produtiva. Atualmente, a terceirização só é permitida nas atividades meio das empresas, como limpeza, portaria e segurança.

Para o presidente da CUT, Vagner Freitas, a luta contra o PL 4330 deve-se ao fato de que, ao invés de regulamentar os já terceirizados, com melhora às condições de trabalho e renda, o projeto visa dar segurança jurídica aos empresários ao mesmo tempo em que precarizar as condições de trabalho de todos os brasileiros. "O que eles querem é terceirizar todas as atividades das empresas única e exclusivamente para aumentar os lucros das empresas", disse.

As paralisações ocorrerem em todas as categorias cujos sindicatos são filiados às cinco centrais sindicais.
Em São Paulo, os bancários cruzaram os braços contra a terceirização em agências da região do Largo da Batata, zona oeste da capital, onde, a partir das 17h, reúnem-se a diversas outras categorias como professores, metalúrgicos, metroviários, químicos, comerciários, petroleiros em um grande ato contra o PL 4330.

Concentrações de grandes bancos também estão paradas como o ITM e CAT, do Itaú, Vila Santander, BB Crédito Imobiliário, Bradesco Telebanco e Gilog da Caixa.

Os metalúrgicos do ABC pararam a pista sentido Santos-capital da Via Anchieta, com a presença do presidente nacional da CUT, Vagner Freitas, do secretário-geral Sérgio Nobre e do presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Rafael Marques.

Em Guarulhos, onde participam de congresso da categoria, metalúrgicos fizeram uma passeata até o aeroporto internacional de Cumbica.

Os trabalhadores também interditaram a as rodovias Anhanguera e Dutra. O fechamento da pista expressa da Anhanguera, que liga a capital ao interior de São Paulo, ocorre na altura do quilômetro 19. Segundo a concessionária AutoBan, um grupo de 100 pessoas que ocupa todas as faixas no sentido capital paulista desde as 7h colocou fogo em pneus.

A Via Dutra, que liga São Paulo ao Rio de Janeiro, teve o tráfego bloqueado na pista marginal, altura da cidade de Guarulhos, até as 6h30. O trânsito foi parado por 30 minutos, gerando lentidão na chegada à Marginal Tietê, na capital paulista.

Mais de cinco mil trabalhadores da Ford e da Mercedes participaram da mobilização na manhã desta quarta-feira. O pessoal da Ford que faz o turno da manhã decidiu, durante o ato, que não vai trabalhar hoje.

Já os militantes que atuam na Mercedes compareceram apesar de uma tentativa da empresa de barrar o protesto. A montadora de origem alemã suspendeu na manhã de hoje os ônibus fretados que costumam levar os trabalhadores de casa para a empresa, mas não conseguiu impedir a presença daqueles que são contra o PL 4330.

Em Porto Alegre, os ônibus pararam de circular. Em Brasília, capital do Distrito Federal, cobradores e motoristas também cruzaram os braços. Rodoviários também pararam em Recife. Em Maceió e São Luís, protestos interditam avenidas e a entrada de universidades.

Atos marcados para todo o País

– São Paulo –  serão realizados vários atos contra o PL 4330, como atraso na entrada de fábricas, paralisações de algumas horas em outros setores, fechamento de rodovias etc.

O primeiro ato que vai reunir diversas categorias, como bancários, metalúrgicos, químicos, petroleiros e o pessoal do setor de serviços e comércio entre outros no mesmo local, será às 15h, em frente a FIESP, na Av. Paulista, 1.313.

Depois, os militantes e trabalhadores seguirão para o Largo da Batata, onde às 17h participam do ato "Contra a Direita Por Mais Direitos", com dezenas de outros movimentos populares do campo e da cidade.
Para Vagner, essa luta é antiga. Lembrou como, por exemplo, em 2011, o Congresso tentou emplacar a chamada emenda 3, que tornaria todos os trabalhadores "PJ" (pessoas jurídicas). "Só mudaram a estratégia. Mas é claro que vamos resistir de novo. Não se enganem. Quando ouvirem falar de 4330, saibam que isso é sinônimo de facão. Vocês perderão o emprego".

– Ceará – o ato será a partir das 8h, na Praça do Carmo / Tel.: 85- 3464.7377

– Brasília – às 16h, tem uma concentração em frente à sede da CUT, que fica na SDS – Ed. Venâncio V – subsolo – lojas 14 – Bloco R, Asa Sul, Tel.: 61- 3251.9373// Depois, militantes seguem em caminhada até a rodoviária.

– Rio de Janeiro – às 16h, começa a concentração na Candelária. Depois militantes e trabalhadores seguem em caminhada até a Firjan / Tel.: 21- 2196.6700 / 6706 /

– Curitiba – o ato começa a partir das 11h30, na Praça Santos Andrade// tel.: 41- 3232.4649 / 3232.0272

– Piauí – o ato começa às 10h, na Praça Rio Branco

– Porto Alegre –  durante a parte da manhã, os sindicatos realizarão atividades com suas categorias. Às 12h, os militantes e trabalhadores se concentração em frente à Federação do Comércio, na Av. Alberto Bins, 665. Depois, seguirão caminhando até a Assembleia Legislativa. Tel.: 51- 3224.2125. 

Fonte: Contraf-CUT, com CUT, Seeb SP e Brasil 247

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