A Google se consagrou como a maior ferramenta de busca da internet, se tornando quase um sinônimo de informação. Porém, isso não significa que a empresa seja isenta e imparcial.
Em sua cruzada pela aprovação da reforma da previdência, Temer estuda usar os serviços do Google para convencer a população a aceitar as mudanças.
Segundo a coluna de Lauro Jardim, no O Globo desta semana, a equipe de comunicação do presidente se reuniu com representantes da Google para implementar um redirecionamento de buscas para o conteúdo elaborado pelo governo.
Ou seja, quando alguém fizer uma busca sobre o tema os primeiros links serão de sites do próprio governo explicando como a reforma é positiva. O foco de Temer seria o YouTube, que pertence ao Google, por ser a plataforma com a segunda maior audiência do Brasil, usada principalmente por jovens.
Segundo Jardim, a busca levaria em conta também informações do usuário: “um trabalhador rural que colocasse o termo ‘previdência’ no mecanismo de busca receberia o conteúdo que explica, por exemplo, que essa categoria não será afetada pelas mudanças”.
Nas esferas de governo Temer e seus aliados estão trabalhando há tempos para viabilizar a aprovação do projeto. O que inclui os recursos da Caixa. No final de dezembro o atual ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, admitiu que usa os recursos do banco para chantagear políticos a apoiar a reforma.
No entanto, o apoio popular segue muito baixo. E o atual governo não medirá esforços para manipular a opinião do povo.
Por isso, já em dezembro, Temer se reuniu com João Roberto Marinho, do grupo Globo, para pedir apoio à reforma e discutir a cobertura jornalística de seu governo pelos veículos do grupo.
Depois, Temer acertou com Silvio Santos, dono do SBT, a aparição em programas da emissora para falar sobre a proposta.