Em assembléia na tarde da terça-feira, dia 21, na capital, mais de 2 mil bancários de instituições públicas e privadas decidiram pela continuidade da greve.
O movimento entra, nesta quarta-feira, no oitavo dia de paralisação. E cresce a cada dia. “A greve da categoria atingiu, na terça-feira, 24 capitais em todo o País, além de outras cidades do interior” – contou a diretora-presidente da APCEF/SP, Fabiana Matheus.
BANQUEIROS NÃO APRESENTAM PROPOSTA
A única rodada de negociação entre representantes dos banqueiros e dos bancários desde a rejeição da proposta de reajuste pelos trabalhadores, há uma semana, não avançou.
A Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) voltou à mesa com a mesma proposta de
reajuste de 8,5% com participação nos lucros de até 80% do salário. Os bancários exigem aumento de 25%.
JULGAMENTO DA GREVE
Se não houver acordo entre banqueiros e bancários, a greve pode ir a julgamento a qualquer instante. O Ministério Público do Trabalho solicitou que o Tribunal Regional do Trabalho (TRT) julgue o caso com urgência e conceda uma liminar para que 70% dos serviços voltem a funcionar.
As entidades representativas solicitaram reunião com um representante do TRT para pedir que não seja marcada audiência de conciliação, primeira etapa para o julgamento da greve.
A posição da APCEF/SP é de que não deve haver intervenção da Justiça em processos de negociações. Experiências anteriores de ajuizamento de dissídio, inclusive na Caixa Econômica Federal, não garantiram reajuste salarial. “Não existe nenhuma legislação que determina aumento salarial nem reposição da inflação. Por isso, apostamos na negociação entre banqueiros e bancários. O Tribunal não é saída para o impasse” – comentou a diretora-presidente da APCEF/SP.
REPÚDIO AO INTERDITO PROIBITÓRIO
A greve é um instrumento legítimo de luta. O ajuizamento do dissídio pode ser mais uma forma, entre tantas outras, de pressionar os trabalhadores na tentativa de suspensão ou esvaziamento do movimento grevista.
Outra tentativa de inibir o movimento está sendo utilizada por banqueiros de todo o País: os administradores da Caixa, entre outros bancos, estão interpondo, na Justiça, interditos proibitórios.
O interdito proibitório é o termo jurídico que designa uma ação particular em que o proprietário, temendo ser ameaçado na posse de um bem, pede ao juiz que o proteja da violência iminente. “Nem nas gestões de Cutolo, Valdery e Carazzai esse tipo de instrumento autoritário e truculento foi utilizado pela Caixa…” – indignou-se a diretora-presidente da APCEF/SP. “Nós repudiamos tal atitude. Isso dificulta a busca da superação do impasse e pode gerar conflitos indesejáveis nos locais de trabalho” – completou.
“Conclamamos a todos que não se deixem intimidar diante de qualquer tipo de pressão. Mantenham a greve. Só com um movimento forte conquistaremos uma proposta digna!” – finalizou Fabiana Matheus.