Acontece nesta segunda-feira, dia 20, em todo o país Atos em Defesa do serviço Público e das Empresas Estatais, numa mobilização nacional diante das ameaças de privatização que surgiram ao longo da campanha eleitoral.
A Contraf-CUT orienta todos os dirigentes das entidades filiadas a se engajarem nessa mobilização e organizarem atos em suas bases sindicais em defesa do Banco do Brasil, da Caixa, do BNDES, do BNB, do Banco da Amazônia e Finep.
Armínio ameaça com privatizações
"A privatização ou a redução do papel social dos bancos públicos é uma antiga exigência dos bancos privados. Armínio Fraga, que elevou a taxa de juros a 45% quando presidiu o BC, retirando recursos do Tesouro para enriquecer os rentistas, está prometendo atender essa demanda do mercado financeiro", critica Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT.
Ex-executivo do megaespeculador George Soros e sócio do banco norte-americano JP Morgan na Gávea Investimentos, em recente declaração Armínio Fraga defendeu a redução da atuação dos bancos públicos, sinalizando com a privatização. "Penso que os bancos públicos precisam ser administrados por padrões muito mais rígidos. Provavelmente vai chegar um ponto em que talvez não tenham tantas funções. Não sei muito bem o que vai sobrar no final da linha. Talvez não muito", disse em entrevista ao Instituto Liberal.
"A sociedade brasileira não pode permitir esse retrocesso à década neoliberal dos tucanos e abrir mão dos bancos públicos, cuja importância para o desenvolvimento econômico e social do país tornaram-se mais evidentes do que nunca a partir da crise internacional de 2008, provocada pela irresponsabilidade do mercado financeiro a que Armínio Fraga representa", rebate Cordeiro em artigo publicado no portal Brasil247.
"Foi graças à atuação dos bancos públicos que o Brasil superou a crise de 2008. Os bancos privados fecharam a torneira e encareceram o crédito. Por decisão do governo, os bancos públicos ampliaram a oferta de crédito. Antes da crise, eles detinham 36% das operações de crédito de todo o sistema financeiro. Saltaram para 51% do mercado, mantendo assim a roda da economia funcionando, o consumo aquecido e gerando empregos", acrescenta o presidente da Contraf-CUT.
Década neoliberal foi um desastre para os bancários
Para a Contraf-CUT, as políticas neoliberais da década de 1990, dos governos de Collor e dos tucanos, foram desastrosas para os bancários. Em 1990, havia 732.217 bancários no Brasil. Quando FHC deixou o poder, em 2002, havia apenas 398.098. A categoria foi dizimada quase à metade e submetida a um processo crescente de terceirizações e precarização do trabalho. Somente no BB e na Caixa foram fechados 64 mil postos de trabalho.
Os bancários também tiveram brutal achatamento salarial, principalmente nos bancos públicos. Nos oito anos do governo FHC, a inflação acumulada medida pelo INPC foi de 104,69%. Os bancários dos bancos privados tiveram no período 95,41% de reajuste salarial. No BB, a reposição foi de apenas 36,15% e na Caixa, de míseros 28,26%.
Ao contrário, nos últimos governos a situação melhorou para os bancários. A categoria voltou a crescer a partir de 2003 e hoje contempla mais de 511 mil trabalhadores. Além disso, os bancários de bancos públicos e privados vêm conquistando aumentos reais consecutivos nos últimos 11 anos, acumulando ganho acima da inflação de 20,7% nos salários e de 42,1% nos pisos.
"Não queremos retroceder às políticas neoliberais novamente, com cortes de salários e de direitos e desemprego. Por isso vamos às ruas na segunda-feira, defender as empresas públicas e a continuidade das conquistas", conclui Carlos Cordeiro.
Fonte: Contraf-CUT