A sétima rodada de negociação entre o Comando Nacional dos Bancários e a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) terminou sem avanços, nesta terça-feira (13), em São Paulo. Os bancos insistem com reajuste de 7% nos salários, abaixo da inflação, e abono de R$ 3,3 mil, sem compromisso com emprego da categoria. A proposta não cobre nem a inflação do período, já que o INPC de agosto fechou em 9,62% e representa uma perda de 2,39%. Apesar da cobrança do Comando Nacional, durante quatro horas de negociação, os bancos não foram capazes de mudar a proposta apresentada no último dia 9 e valorizar seus funcionários. Após intenso debate, uma nova reunião foi marcada para a próxima quinta-feira (15), às 16h, também em São Paulo, e diante da postura dos banqueiros, o movimento grevista será fortalecido em todas as bases sindicais.
A greve nacional dos bancários cresce em todo o país. Em seu oitavo dia, nesta terça-feira (13), 12.009 agências tiveram as atividades paralisadas. O número representa 51% de todas as agências do Brasil.
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Roberto von der Osten, presidente da Contraf-CUT e um dos coordenadores do Comando Nacional dos Bancários, lembra que a Fenaban não apresentou retorno das demais reivindicações, já que a minuta apresentada não se refere apenas ao índice de reajuste, no total são 128 artigos, que buscam garantias de emprego, saúde, melhores condições de trabalho, segurança e igualdade de oportunidades. O compromisso com o emprego, está entre as principais demandas. O lucro dos cinco maiores bancos (Itaú, Bradesco, Banco do Brasil, Santander e Caixa) no primeiro semestre de 2016 chegou a R$ 29,7 bilhões, mas houve corte de 7.897 postos de trabalho nos primeiros sete meses do ano.
“A reposição das perdas que tivemos de agosto do ano passado, até agora, não podem ser ignoradas e o ganho real diz respeito aos lucros que os banqueiros realizaram no período com o nosso trabalho. Insistimos que eles podem e devem valorizar os trabalhadores. Vamos reforçar a nossa mobilização em todo o país e esperamos que os bancos apresentem uma proposta que contemple nossa pauta na próxima reunião. A nossa greve cresce a cada dia, refletindo o descontentamento dos bancários”, afirmou Roberto von der Osten.
"Os bancos chamaram para uma negociação e não apresentaram nenhuma nova proposta para a categoria, um desrespeito com os trabalhadores e a população. Eles insistem em impor reajuste abaixo da inflação, com perda real. Cobramos também que parem com as demissões. Nossa greve vai crescer a cada dia porque sabemos que nossas reivindicações podem ser atendidas pelo setor mais lucrativo do país", disse Juvandia Moreira, vice-presidenta da Contraf-CUT e uma das coordenadoras do Comando Nacional dos Bancários.
A data-base dos bancários é 1º de setembro e a pauta de reivindicações foi entregue aos bancos há mais de um mês, no dia 09 de agosto. A Campanha dos Bancários Nacional 2016 tem como eixos centrais: reposição da inflação do período (9,62%) mais 5% de aumento real, valorização do piso salarial, no valor do salário mínimo calculado pelo Dieese (R$3.940,24), PLR de três salários mais R$ 8.317,90, combate às metas abusivas, ao assédio moral e sexual, fim da terceirização, mais segurança, melhores condições de trabalho. A proteção das empresas públicas e dos direitos da classe trabalhadora, assim como a defesa do emprego, também são prioridades para os bancários.