Entre os temas debatidos durante o 26º Congresso Nacional dos Empregados da Caixa (Conecef), ocorrido entre 28 e 30 de maio, na capital paulista, estiveram em pauta a saúde do trabalhador e o Saúde Caixa.
Na ocasião, a médica e pesquisadora da Fundacentro, Maria Maeno, foi convidada a fazer uma exposição sobre o assunto e destacou os primeiros estudos de doenças relacionadas ao trabalho.
De acordo com Maria Maeno, o modelo de automação em curso nos bancos, que flexibiliza os direitos e precariza os serviços, acaba gerando adoecimento dos trabalhadores.
Para ela, o modelo de reestruturação adotado pelas empresas bancárias, com incorporações, concentração no sistema financeiro, multiplicidade de serviços, terceirização, entre outros, tem levado os bancários a condições adversas, causando, principalmente, LER/Dort e transtornos psíquicos.
A médica explicou, durante o Conecef, que o serviço bancário, o qual pressiona por produtividade, com operações repetitivas, regulação, realizado sempre com muita intensidade, caracteriza o cotidiano de um trabalho penoso.
“Os efeitos deste processo são insegurança, estresse, gastrite, depressão, etc. Com isso, o sistema músculo-esquelético e a mente entram em fadiga no trabalho, causando tendinite, síndrome do pânico, dependências como alcoolismo, entre outros”, afirmou Maria Maeno.

Em defesa do empregado
Os empregados da Caixa, há muito tempo, reivindicam uma política de saúde eficaz da empresa, que previna muitas das doenças que afligem os bancários em virtude de sua estafante rotina de trabalho.
Com o objetivo de melhorar a saúde dos bancários da Caixa e proporcionar um plano de saúde que contemple as necessidades dos empregados, os participantes do 26º Conecef debateram o tema e estabeleceram itens prioritários a serem reivindicados em mesa de negociação específica com a empresa na campanha deste ano.
Confira, a seguir, algumas deliberações:
– criação de unidades específicas para a saúde do trabalhador e o Saúde Caixa em todas as unidades da Federação, com estruturas técnica e administrativa compatíveis com suas atribuições, eliminando-se a terceirização de atividades;
– realização de pesquisa para mapeamento do perfil do bancário da Caixa e para avaliar a relação metas/saúde mental – incluindo informações estatísticas sobre faixa de idade, tempo de empresa, função de confiança, acometimento de doenças do trabalho -, com disponibilização dos resultados às entidades representativas dos empregados;
– criação de programa, custeado pela Caixa, de saúde mental, apoio e tratamento ao dependente químico e ao tabagista, com a garantia da participação da representação dos empregados na sua elaboração e no seu acompanhamento.
“O primeiro passo na busca de conquistas na área da saúde foi dado pelos participantes do Conecef. Agora, é a hora de juntarmos a nossa voz na luta por direitos, mobilizando-nos e participando ativamente das manifestações”, afirmou o diretor-presidente da APCEF/SP, Sérgio Takemoto.

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