Depois de dois anos sem descontar a participação dos empregados no Saúde Caixa por conta de problemas no sistema do banco, a Caixa regularizou a situação e estipulou um prazo – até 28 de dezembro – para que os trabalhadores façam opção pela forma de pagamento dos atrasados do plano de saúde.
O acordo sobre as formas de pagamento dos atrasados foi finalizado em 16 de agosto deste ano, após muita negociação entre a representação dos empregados e a direção da Caixa.
Na ocasião, a empresa aceitou a proposta dos representantes dos bancários para a cobrança dos atrasados, sem correção monetária e sendo respeitado o limite de 10% do salário previsto no Saúde Caixa. A cobrança será feita pelo desconto no contracheque, porém, haverá opção para o empregado financiar o montante total da dívida em até 24 meses – com débito em conta.
De acordo com o banco, os empregados receberam os extratos com o valor total da dívida, devido mês a mês e por procedimento. O início dos débitos deve acontecer em 20 de janeiro de 2008.
• Negociação
Desde 2005, quando a Caixa deixou de descontar a participação dos empregados no Saúde Caixa, a representação dos empregados vinha cobrando, da direção da Caixa, a resolução do problema, preocupada com possíveis prejuízos para os trabalhadores.
Na luta pelos direitos dos empregados, em 5 de julho deste ano, a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) rejeitou proposta feita pela Caixa para a cobrança dos atrasados por considerá-la prejudicial aos trabalhadores. Na época, a direção do banco propunha a apuração de cem por cento do valor da dívida, parcelamento em até 24 vezes com pagamento mínimo de R$ 50 e débito em conta corrente. Os valores seriam corrigidos pela Taxa Referencial (TR) da data do evento, com início a partir de 20 de setembro deste ano. O empregado que quisesse pagar seu débito em prazo menor ao que foi estabelecido (24 meses), teria de manifestar formalmente a sua opção.
“A discussão foi intensa, já que a culpa do não-desconto não era do empregado e sim, do sistema da Caixa. Não poderíamos aceitar qualquer tipo de prejuízo ao empregado” – comentou a diretora-presidente da APCEF/SP, Fabiana Matheus.