Em reunião de dois dias realizada esta semana em Brasília, o GT Saúde do Trabalhador, com a participação de representantes dos bancários e da Caixa, deflagrou o debate sobre o resultado do Saúde Caixa em 2011, de modo a determinar o tamanho do superávit e definir sua destinação. A reivindicação do movimento dos empregados é para os recursos sejam aplicados, sobretudo, na melhoria do atendimento aos usuários do plano de saúde.
No ano passado, durante reunião em dezembro, o banco havia apresentado uma primeira versão dos números consolidados do plano de saúde. No entanto, os trabalhadores questionaram os valores apresentados, que demonstravam uma queda substancial do superávit do Saúde Caixa.
Por cobrança dos bancários, a Caixa apresentou nesta nova reunião um novo relatório em que estão detalhadas as fontes de receita e as despesas do plano. Os números são esclarecedores, principalmente por demonstrar o equívoco do banco em tratar alguns itens como despesas de assistência, o que aumentou os custos a serem repassados para o plano e diminuiu o superávit.
Nesse particular, o acordo firmado entre banco e trabalhadores em 2003 considera despesas de assistência apenas os gastos diretos com o atendimento médico. Ou seja: são os gastos que o bancário teria se recorresse a uma rede particular, com médicos, exames etc. A Caixa, por outro lado, de forma equivocada, inclui itens que não enquadram nesse perfil, como os gastos com INSS de profissionais credenciados que emitem nota fiscal de pessoa física, entre outros custos. Como consequência disso, o superávit estava diminuindo de forma errada.
Em outro equívoco, de acordo com a Contraf/CUT, a Caixa havia deixado de fora dos custos do plano de saúde os repasses feitos ao SUS. Esse erro também foi corrigido, o que deverá ter um impacto no superávit, ainda que não muito significativo.
Na reunião desta semana do GT Saúde do Trabalhador, os representantes dos empregados esclareceram a situação e recordaram os termos do acordo de 2003. A Caixa concordou em refazer os números de acordo com as premissas acertadas na negociação. O novo relatório será apresentado na próxima reunião do GT, agendada para os dias 15 e 16 de março.
"Com o número calculado dentro dos parâmetros corretos, teremos condições de discutir a destinação do superávit do Saúde Caixa para a melhoria do atendimento", afirma Plínio Pavão, secretário de Saúde do Trabalhador da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf/CUT) e empregado da Caixa.
Fonte: Fenae Net