O início da reunião da Comissão de Empresa dos Empregados (CEE) na mesa permanente de negociação com os representantes da Caixa, que aconteceu na quinta-feira, 2, em Brasília, foi marcada por protesto dos empregados com faixas contrárias às ameaças de privatização do banco público.
Estas ameaças de privatização ganharam força a partir das declarações do presidente do banco Gilberto Occhi, empossado na quarta-feira, 1º, que anunciou à imprensa a abertura de capital nos segmentos de seguros, cartões e loterias e, posteriormente, a abertura total de capital, além de fechamento de agências e redução no quadro de empregados. As informações apresentadas pelos representantes da Caixa durante a reunião confirmaram a intenção declarada por Occhi.
Eles reafirmaram que o banco não fará a reposição de empregados com função de caixa que deixarem o posto de trabalho, seja por promoção, aposentadoria ou qualquer outro motivo. A Caixa afirma que as vagas serão cobertas por empregados sem função ou com outra função (caixa minuto).
Nesta mesma linha, os representantes da Caixa afirmaram que não há previsão para contratação, mesmo diante da redução do quadro devido ao Plano de Apoio a Aposentadoria (PAA), que teve a adesão de 1.400 empregados na primeira etapa e outros 400 já se inscreveram na segunda etapa, que será encerrada em 9 de junho.
Desta forma, a empresa descumpre a cláusula 50 do acordo coletivo 2014/2015, que determina a contratação de pelo menos mais 2 mil empregados até dezembro de 2015, ano em que o banco cortou 3.219 postos de trabalho em todo País.
A novidade foi a apresentação do pré-piloto de agências virtuais, previsto para começar em São Paulo nas Superintendências Regionais Ipiranga e Campinas.
As agências funcionarão nos prédios das Superintendências, farão atendimentos via telefone e e-mail e terão horário estendido, sendo das 8 às 22 horas. As equipes serão formadas por gerentes, bancários com funções e assistentes de vendas, que trabalharão em sistema de escalas, afim de cumprir a jornada de trabalho. O objetivo das agências virtuais, segundo os representantes do banco, é atender clientes de alta renda.
O aspecto positivo da reunião foi o compromisso firmado em adotar a licença-paternidade de 20 dias conforme indicação da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), a partir de janeiro de 2017, por conta de questões envolvendo renúncia fiscal.
A direção da APCEF/SP acompanhará, juntamente com os membros da CEE, todos os desdobramentos destas pautas colocadas pela Caixa aos empregados. “A contratação de mais empregados, o respeito à jornada de trabalho e o cumprimento das cláusulas dos acordos coletivos são nossas reivindicações permanentes e não vamos abrir mão destas conquistas”, diz o diretor-presidente da APCEF/SP, Kardec de Jesus Bezerra.
