A direção da Caixa segue firme com a agenda de privatizar o banco, desta vez com a intenção de abrir o capital do banco digital. A futura subsidiária da Caixa ainda não existe, como o próprio presidente do banco, Pedro Guimarães, já afirmou, mas segue prioritária na lista das empresas que devem ter o capital aberto. Ao Correio Braziliense, na última quarta-feira (24), Guimarães afirmou que está em processo de autorização a abertura de capital do banco digital e que pode acontecer em seis meses.
A representante dos empregados no Conselho de Administração da Caixa, Rita Serrano, alerta que esta discussão sequer foi feita no Conselho de Administração do banco (veja vídeo abaixo sobre o assunto).
A base banco digital é resultado do trabalho árduo dos empregados da Caixa. Em meio a uma das maiores pandemias da história, os trabalhadores foram convocados a atender à população e desenvolveram em tempo recorde o sistema que atendeu milhões de contas digitais. Após todo esforço realizado pelos trabalhadores no desenvolvimento dessa estrutura do banco digital, a direção anuncia que irá entregá-la para o mercado privado. Enquanto isso, os concorrentes da Caixa fazem o contrário, e fortalecem suas posições nas plataformas digitais em vez de vender participações.
De acordo com Guimarães, produtos como o novo microcrédito, financiamentos imobiliários e até o Bolsa Família serão pagos por meio do banco digital. “A marca de 105 milhões de poupanças digitais abertas pela Caixa mostra mais uma vez a importância do papel social do banco e o esforço realizado pelos empregados, que durante a pandemia, não mediram esforços para atender à camada mais vulnerável da população”, lembrou o diretor-presidente da Apcef/SP, Leonardo Quadros. “E depois de todo esse esforço, a direção quer privatizar o banco digital?”, finalizou.