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A primeira rodada da mesa de negociação permanente da Caixa após a assinatura do termo aditivo à Convenção Coletiva Nacional de Trabalho 2013/2014 aconteceu em 18 de dezembro, em Brasília. O clima de insegurança que tomou conta das agências e filiais por conta de uma possível reestruturação foi um dos pontos mais criticados por parte da Contraf-CUT, federações e sindicatos durante a mesa de negociação.

As entidades cobraram uma postura mais transparente na condução do projeto de atualização do modelo de gestão que o banco vem implantando na Matriz e pretende estender para filiais e agências. O sentimento de incerteza e apreensão é potencializado pela falta de comunicação. Comenta-se que a reestruturação irá impactar vários setores e alguns deles podem até ser extintos.

Sobre as realocações, a Contraf/CUT, assessorada pela Comissão Executiva dos Empregados (CEE-Caixa), afirmou que há denúncias de que vagas estão sendo preenchidas sem Processo Interno de Seleção por Competência (PSIC), o que é irregular e inadmissível.

De acordo com representantes da Caixa, de fato, áreas serão extintas, enquanto outras apenas reduzidas e garantiram que, conforme esse processo for definido, as unidades serão comunicadas.

Uma consultoria realizou estudos e elaborou um cronograma para a implantação dessas mudanças, todas elas, com o objetivo de mudar a estrutura organizacional da Caixa tornando o fluxo do trabalho mais ágil.

A Caixa afirmou que, no decorrer das mudanças, os empregados da Gilie irão para a Gihab com suas respectivas funções ou processos. A reivindicação dos representantes dos empregados é para que essa situação ocorra da forma menos traumática possível.

A Contraf-CUT questionou a real necessidade dessas mudanças arbitrárias e unilaterais. Para a representação nacional dos empregados, a Caixa precisa esclarecer aos seus trabalhadores os motivos que a levaram a tomar essa decisão e planejar a reestruturação, ponderando sobre as especificidades de cada área, de modo a assegurar os direitos dos empregados. O primordial, nesse caso, é a valorização e o respeito aos trabalhadores.

Saúde Caixa

A Contraf-CUT cobrou uma política mais clara sobre o Saúde Caixa. Foi lembrado que as reuniões do Conselho de Usuários têm se limitado à apresentação do que foi implantado, sem que haja qualquer discussão prévia sobre os impactos financeiros dessas eventuais melhorias sobre o plano de saúde.

Há também dificuldades na obtenção de dados mais atualizados do plano. Isto provoca a falta de análise a respeito do que pode ser feito com os recursos. A representação dos empregados defende maior transparência sobre os números do Saúde Caixa.

As alterações unilaterais nos normativos têm prejudicado os empregados, sobretudo aqueles que se aposentam com menos de 10 anos de Caixa e não levam o Saúde Caixa. Essas medidas são adotadas em desacordo com o aditivo à Convenção Coletiva, o que é inaceitável.

A Contraf-CUT conclamou a empresa a reforçar espaços com o do Conselho de Usuários, visto que isto não vem ocorrendo nos últimos anos. Se assim for feito, o Conselho de Usuários terá condições de cumprir o seu papel de acompanhar a qualidade do programa Saúde Caixa, passando a oferecer à empresa subsídios ao aperfeiçoamento da gestão e dos benefícios, de acordo com as normas e a legislação em vigor.

Aposentados

A Caixa informou aos dirigentes sindicais que foi concluído o levantamento sobre os empregados que participaram dos últimos Programas de Demissão Voluntária (PADVs) e se aposentaram.

O assunto será discutido nos próximos dias, em data a ser agendada entre as partes, mas a reivindicação do movimento sindical é pelo retorno desses trabalhadores ao Saúde Caixa. Se houver acordo nessa questão, a proposta será encaminhada para assinatura do aditivo.

Técnico de segurança do trabalho

A Contraf-CUT reivindicou um plano de melhorias das condições profissionais dos técnicos de segurança do trabalho. Há queixas sobre a baixa remuneração do segmento e foi perguntado sobre o propósito da Caixa em relação à função: se vai extingui-la ou reduzi-la?

A Caixa negou que pretende terceirizar a função, mas adiantou que pensa em fazer alterações no modelo de atribuições do segmento, com o objetivo de reduzir tarefas. Diante disso, os representantes dos empregados mostraram preocupação com o futuro desses trabalhadores, que exercem suas tarefas com um quantitativo reduzido de empregados.

O debate sobre o assunto será retomado em uma próxima reunião, a ser realizada em meados de janeiro de 2014.

Cipas/Sipats

Foi cobrada maior transparência no processo de eleição das Comissões Internas de Prevenção de Acidente (Cipas). Muitas vezes, a Caixa não divulga o calendário, desconhecido por boa parte das entidades sindicais, chegando até ao absurdo de indicar candidatos para o preenchimento das vagas.

A alegação da empresa é de que o sistema de eleição das Cipas está todo automatizado, com centralização por parte da Matriz.

O movimento sindical bancário reivindicou ainda maior participação na elaboração da programação das Semanas Internas de Prevenção de Acidentes de Trabalho (Sipats).

Tesoureiros

A Contraf-CUT cobrou uma solução para o problema dos tesoureiros que trabalham sozinhos nas agências, com grande quantidade de atribuições. Em relação à jornada, a Caixa informou que não haverá qualquer alteração.

A empresa não confirmou os boatos de que pretende mudar a lotação dos tesoureiros para as agências, limitando-se a dizer que alguma coisa será feita.

Sisag

Desde que foi implantado, o Sistema de Automação de Produtos e Serviços de Agências (Sisag) apresenta problemas. Os caixas são os maiores prejudicados, dado que todo o trabalho deles depende do sistema. Foi dito para a empresa que a inconsistência do sistema com o Sipon foi verificada em uma agência de Brasília. Atualmente, há 2.569 agências com Sisag.

A respeito dessa questão, a Contraf-CUT mostrou preocupação com o fato de o Sipon estar servindo para fazer gestão com horas extras, o que é uma ilegalidade e não tem base no acordo coletivo. Os representantes dos empregados deixaram claro que o Sistema de Ponto Eletrônico não pode ser utilizado como ferramenta para a criação de banco de horas.

A Caixa considera difícil monitorar esse processo em sua totalidade, argumentando que as providências serão adotadas na medida em que os casos forem identificados.

Ranqueamento de empregados

A Contraf-CUT denunciou a ocorrência de ranqueamento de empregados. Há casos de gestores que divulgam lista de empregados produtivos e não produtivos. Isto, inclusive, vem ocorrendo em Santa Catarina, em total descumprimento à Convenção Coletiva de Trabalho, que proíbe esse tipo de procedimento. Foi reivindicada uma solução para essa irregularidade.

Conselho de Administração

Passada a etapa de escolha dos representantes dos empregados para o Conselho de Administração, concluída no início de dezembro, a Contraf-CUT cobrou uma definição sobre a data de posse dos conselheiros eleitos.

A resposta da Caixa a essa reivindicação foi a de que essa posse está condicionada à alteração do estatuto da empresa, cujo pedido foi encaminhado e está sob análise da Casa Civil da Presidência da República.

Devolução dos dias de paralisação

Depois de cobrada pela representação dos empregados, a Caixa informou que os descontos dos dias de paralisação referentes às datas de 11 de julho e 30 de agosto, serão devolvidos na folha de janeiro do próximo ano. Nessa situação encontra-se um grupo de 200 a 300 empregados.


Fonte: Contraf-CUT com Fenae

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