Editorial publicado no site da Fenae em 11 de março
No início de março, causou indignação a forma desrespeitosa com que a Caixa tratou seus empregados, com a notícia da implantação de um processo de reestruturação nas Gerências de Administração de Fundos e Seguros Sociais (Gifus) e, posteriormente, com a informação de que haveria mudanças em várias outras áreas, conforme CI 021 divulgada no último dia 10.
Os trabalhadores diretamente envolvidos não participaram de nenhuma discussão a respeito dessas modificações. A inexistência de aviso prévio e de negociação acerca das alterações espantou, também, as entidades representativas, que sequer foram comunicadas.
Em nenhum momento, a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), a Comissão Executiva dos Empregados (CEE-Caixa) e a Fenae foram chamadas para discutir os termos dessa reestruturação. A decisão foi simplesmente comunicada aos empregados, que foram deixados diante de um futuro incerto no banco.
Essa decisão arbitrária e unilateral da Caixa está amedrontando as pessoas e causando um clima de insegurança entre os trabalhadores, que ficaram sem saber para onde vão e como serão feitas as realocações.
É apresentado, entre os valores da empresa, item que trata de “reconhecimento e valorização das pessoas que fazem a Caixa”.
No entanto, com essa reestruturação, mais uma vez, a empresa contraria seu discurso. A transparência da gestão, tão propagada no código de ética e nos valores da empresa, não transpareceu nessa atitude.
O que a Caixa ganhará com isso? O que os empregados ganharão com isso? O que a população ganhará com isso? Qual será a política de realocação? E o mais importante: por que essa decisão foi tomada? Com base em que avaliação optou-se por fazer essa reestruturação?
As entidades representativas dos empregados cobram uma justificativa para cada uma dessas perguntas e repudiam o modo desrespeitoso como a Caixa vem implantando essas mudanças.
Caso realmente haja a necessidade de remanejamento, a Caixa precisa esclarecer aos seus empregados os motivos que a levaram a tomar essa decisão e convencê-los de que essa é a melhor saída.
É fundamental planejar um processo de reestruturação, ponderando sobre as diferentes áreas, os empregados e as suas especificidades, acertando, previamente, as novas funções, as responsabilidades e as remunerações, assegurando seus direitos. E, primordialmente, é preciso respeitar as pessoas.
Exigimos que a empresa suspenda as reestruturações imediatamente e abra uma negociação com os representantes dos empregados.
Vamos lá cobrar o que será!