Em janeiro de 2004, teve início um processo, na Caixa, que pretendia ser um canal direto de discussões, entre representantes dos empregados e da diretoria do banco, dos principais problemas que afligiam os trabalhadores da empresa: foi a implantação dos chamados grupos de trabalho (GTs). Entre eles, o que tratava dos Processos Seletivos Internos (PSIs).
Foram diversas as reuniões realizadas entre a representação dos empregados e a da Caixa no GT PSI e avanços foram conquistados, como o fim do veto da chefia, com a mudança da RH 040.

• RH 040

Depois de muito debate, em maio de 2004, a então Diretoria de Recursos Humanos da Caixa manifestava sua concordância com a proposta de alteração da RH 040, com destaque para o subitem referente à liberação do empregado para o exercício do cargo comissionado objeto de provimento, após término do PSI ou durante a validade do banco de habilitados.
O principal objetivo da alteração na RH 040 era a garantia, aos empregados, do direito de ascensão profissional na empresa.

• Falta de empregados

A falta de empregados nas unidades da Caixa – aliada à ausência de controle e fiscalização por parte da diretoria do banco -, porém, tem inviabilizado os PSIs nas unidades.
“A Cerhu só libera o PSI se a unidade demandante da função tiver empregado para suprir a vaga daquele que for aprovado no processo. Como a falta de pessoal é gritante na empresa, os gestores acabam utilizando-se de outros caminhos para suprir a vaga” – comentou a diretora-presidente da APCEF/SP, Fabiana Matheus.
Para a diretora-presidente da Associação, a conseqüência dessa situação é a total insatisfação dos empregados, que se sentem humilhados, desprezados e sem motivação alguma em seu ambiente de trabalho.
Leia, a seguir, alguns casos denunciados à APCEF/SP de situações que acontecem na Caixa por causa da falta do PSI:

• Critérios “alternativos”

Um deles diz respeito à falta de transparência na alocação de cargos de confiança.
De acordo com as denúncias, as vagas estão sendo preenchidas sem um critério conhecido, quase sempre sem Processo Seletivo Interno. “Muitas unidades ficam com as vagas abertas por meses, anos… sem que ninguém fique sabendo. Em algumas, inclusive, os gestores alegam que não há empregados qualificados para os cargos” – afirmou um empregado.
Outro trabalhador contou que alguns gestores fazem a seleção por meio de prova escrita para verificar a capacitação dos empregados para a vaga. “Alguns deles aboliram o PSI e indicam amigos” – comentou o trabalhador.
Na opinião dos empregados que entraram em contato com a APCEF/SP, algumas medidas reduziriam os abusos que têm sido cometidos, como:
– liberação de acesso no SISRH para que os empregados tenham conhecimento das vagas existentes nas unidades;
– obrigatoriedade de divulgação das vagas a quaisquer interessados;
– determinação de prazo para que a unidade preencha a vaga;
– caso a vaga não seja preenchida, que o cargo seja colocado à disposição de outra unidade.
“O ideal seria que as vagas fossem preenchidas, de forma centralizada, pela Matriz. Ao gestor caberia apenas informar os requisitos para o cargo” – reivindicou um empregado.

• Sem diálogo

Outra reclamação constante recebida pela APCEF/SP diz respeito à falta de valorização dos empregados pelas Superintendências Regionais. “No caso de nomeações, a competência do profissional e o tempo de serviço na empresa nem sempre são levados em conta. Muitas vezes, a ‘afinidade’ pessoal do superintendente regional ou dos gestores das unidades é o que dita as regras” – desabafou um empregado.
De acordo com relatos recebidos pela Associação, a maior decepção sofrida pelos empregados é o descaso, a desvalorização e a discriminação a que eles estão sujeitos.
Para a diretora-presidente da APCEF/SP, a gestão de pessoas e a transparência nos processos da Caixa são primordiais para que sejam respeitados os empregados e seus direitos.
“A Associação irá encaminhar um ofício à direção da Caixa e à Comissão Executiva dos Empregados informando sobre as denúncias e cobrando um posicionamento o mais breve possível” – disse Fabiana Matheus. “É imprescindível que as vagas sejam providas por PSI. Vale lembrar que a direção do banco assumiu, quando ocorreu a mudança do normativo, o compromisso de fazer o monitoramento nas unidades” – finalizou a diretora-presidente da APCEF/SP.

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