A pressão da Vired sobre os empregados para contratar Pronampe não para, e a preocupação com as consequências desta diretriz só aumentam. Quem atua na PF foi direcionado a trabalhar as vias 190 e 200, deixando os itens de seu segmento no Conquiste defasados. O aumento nas metas de crédito PJ e a pressão pelo “Cross Sell”, por sua vez, afligem os empregados da PJ.
A preocupação com relação ao “Cross Sell” não se resume ao Conquiste: a lei que instituiu o Pronampe (14.161/2021), no artigo 6º, diz que “Fica vedada a obrigatoriedade de contratação de quaisquer outros produtos ou serviços financeiros, inclusive seguros prestamistas, para contratação da linha de crédito do Pronampe”. Ao mesmo tempo, o CRM Caixa estabelece que ao menos 70% dos contratos de Pronampe devem ser qualificados com a contratação de outros produtos, que seriam: CROT, Cartão, GIM, Desconto, Folha, Fundos e CDB, Cesta, Cobrança, Credenciamento, Prestamista, Pix, Sócio PF com 001, Previdência, Seguro Patrimonial ou Seguro de Vida.
De acordo com levantamento feito pelas entidades, os bancos privados que operam a linha não têm feito qualquer outra oferta de produtos aos clientes que contratam Pronampe para evitar descumprir o artigo da legislação.
Com a evidente incongruência, os empregados ficam “no fio da navalha”: se buscam os objetivos de “Cross Sell”, elevam as chances de sofrerem os efeitos disciplinares do CR 444, o PQV, e podem sofrer apontamento de condutas (instrumento de descomissionamento) de maneira sumária, sem direito à defesa. Se não atingirem os objetivos de “Cross Sell”, se sujeitam ao apontamento de condutas por desempenho, pelo fato de não terem alcançado o resultado imposto.
O incentivo da mídia para que as denúncias sejam feitas diretamente ao Banco Central, como vemos aos 05min11seg da reportagem (clique aqui para assistir), aumentam ainda mais os riscos dos empregados sofrerem denúncias admitidas pela empresa como procedente, sofrendo as consequências do PQV.
“As entidades (Apcef, Agecef e Sindicato) encaminharão um documento à direção do banco e ao Conselho de Administração apontando os transtornos pelos quais os empregados têm passado em decorrência desta cobrança absurda do Pronampe, expondo os problemas e reivindicando providências. Representantes da Vired afirmam que o Pronampe é uma oportunidade, mas as únicas oportunidades que a cobrança para alcançar as metas impostas para o Pronampe tem trazido é de descomissionamento e de adoecimento, conforme os casos em que temos buscado intervir em São Paulo”, criticou o diretor-presidente da Apcef/SP, Leonardo Quadros.
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