Aconteceu, nos dias 19 e 20 de agosto, a primeira rodada de negociação da Campanha Nacional 2014. O primeiro tema a ser discutido entre representantes dos bancos e o Comando Nacional dos Bancários foi saúde e condições de trabalho, mas sem avanços.
O enfoque do debate foi voltado para o problema das metas abusivas e do assédio moral, dois dos principais embates enfrentados pela categoria e a causa principal de adoecimento.
A Fenaban defende que o estabelecimento de metas faz parte da gestão de cada banco e não deve sofrer interferência alguma dos trabalhadores.
Eles ainda questionaram os números referentes aos afastamentos por doenças na categoria e insinuaram uma possível fraude por parte dos bancários.
De acordo com o coordenador do Comando Nacional dos Bancários, Carlos Cordeiro, a saúde e as condições de trabalho são prioridades definidas pela 16ª Conferência Nacional dos Bancários. “Tanto as pesquisas do Dieese como as consultas dos sindicatos mostram que há muitos trabalhadores doentes, usando remédios de tarja preta e até chegando à morte. E isso está ligado à gestão dos bancos, sobretudo à cobrança de metas”, afirmou Cordeiro.
O Comando apresentou à Fenaban os números do INSS em que 18.671 bancários doentes foram afastados do trabalho em 2013, o que representa um crescimento de 41% em relação aos últimos cinco anos. Do total de auxílios-doença acidentários registrados pelo INSS no ano passado, 52,7% tiveram como causas principais os transtornos mentais e problemas com o sistema nervoso.
O Comando pediu ainda que os bancos apresentem na próxima segunda-feira, 25 de agosto, na reunião do grupo de trabalho bipartite sobre adoecimentos, os dados solicitados sobre os afastamentos de bancários por razões de saúde.
Assuntos como isonomia de direitos para os afastados, reabilitação profissional, pausa para descanso, avaliação dos serviços médicos dos bancos e plano de saúde para os aposentados também foram discutidos no encontro.