O ex-gerente geral do PAB Justiça Federal/ES e presidente da AGECEF/ES, José Antonio Borges Alvarenga, enviou denúncia à FENAG sobre postura discriminatória da SR Norte/ES. O gestor foi destituído da função, em 20 de dezembro, por manter ação na Justiça para recuperar as perdas do recolhimento à Funcef sobre o CTVA. Ele ocupava a função gerencial há mais de 27 anos.

A Federação das Associações dos Gestores da Caixa Econômica Federal (Fenag) repudiou a iniciativa do superintendente, “que age de forma truculenta na tentativa de usurpar do empregado os seus direitos”. Reenviou o expediente ao vice-presidente da Caixa, José Henrique Marques da Cruz, demonstrando sua indignação com a atitude.

O vice-presidente da Caixa informou que não existe orientação alguma da diretoria para tal atitude.

Leia a seguir o e-mail enviado pelo gestor José Antonio.

Colegas do Movimento Gerencial

No dia 20/12/2011, terça-feira, fui convocado para uma reunião com meu Superintendente Regional, às 17:30H, um dia antes do Encontro dos Gerentes Gerais da SR Norte/ES.

Logo no início da conversa, o Superintendente foi direto ao assunto: durante o encontro nacional dos Superintendentes, recebeu orientação para resolver o “problema” gerado pelas ações impetradas pelos Gerentes, com o concomitante exercício da função de confiança. Fez alguns elogios à minha atuação como Gerente Geral e perguntou se eu aceitaria desistir da ação. Eu disse a ele que minha decisão de entrar com ação contra a empresa foi pensada durante quase 5 anos de intensa luta para que a CAIXA chegasse à uma proposta de acordo, e a decisão final só foi tomada ao término do prazo prescricional de meu direito ao CTVA. Expliquei que minha decisão está respaldada no princípio do Direito de Ação, garantido pelo art. 5° da Constituição Federal, bem como pautada no Código de Ética da própria CAIXAs, que preconiza o cumprimento das Leis. Acrescentei que o ato de abrir mão do direito à parcela do CTVA no saldamento, é equivalente ao ato de lesar, além dos meus próprios e legítimos interesses, o direito de minha esposa e de meus filhos de usufruir de tal parcela financeira. Expliquei que a inclusão da reivindicação de horas extras em minha ação (declarei o horario de 09 às 19H nos primeiros 3 anos e de 09 às 18:30H nos ultimos 2 anos – muito aquém das horas efetivamente trabalhadas por mim) foi feita para viabilizar o pagamento dos honorarios advocaticios no processo, enfatizando que o motivo que me levou a entrar com ação contra a empresa deve-se, exclusivamente, à supressão da parcela do CTVA no beneficio saldado, e que eu estava disposto a retirar minha ação judicial, desde que a Caixa resolvesse o problema do CTVA. Ele disse, então, que não lhe restava outra alternativa, senão a de tirar a minha função, a partir daquela data.

Então, a partir do dia 21/12, já não exerço mais função de confiança na CAIXA, após mais de 27 anos e 07 meses de funções ininterruptas na Empresa, que aprendi a respeitar e a admirar pelas afinidades com sua secular politica de atendimento social, com abrangência em todas as classes sociais. Esse sentimento foi ferido, mas as cicatrizes serão suficientemente fortes para que eu recupere meu prazer de trabalhar e de atender com qualidade meus clientes. Existem ganhos e perdas pessoais quando se perde a função de Gerente Geral: os ganhos são a melhoria da qualidade de vida, maior tempo para sua família e para o seu lazer (leia-se: cantar, cantar e cantar… rsrsrs), mas existe uma perda irreparável, que é a reação dos seus clientes. Os que ficam sabendo a realidade dos fatos, ficam revoltados e exigem de nós uma posição de firmeza na defesa de nossos interesses; a pior parte fica por conta daqueles clientes que você teve ao longo dos anos, que ficam sabendo da perda de sua função de confiança, mas não sabem os reais motivos da decisão da empresa (nem mesmo uma boa indenização é capaz de compensar esse dano…). Por tudo isso, na qualidade de Presidente da AGECEF/ES, meu papel é o de evitar que outros colegas sofram o mesmo tipo de "punição". Para tanto, acionarei os canais competentes: Sindicato, Procuradoria Geral do Trabalho etc.

Decidi, também, que a defesa de meus pessoais e legítimos interesses deve se dar apenas no âmbito do judiciário, sem afetar minha relação com meus colegas de trabalho e com a clientela. Vou continuar honrando, com a dedicação e o entusiasmo de sempre, meu contrato de trabalho com a CAIXA/PAB Justiça Federal/ES.

Assim, considerando que não existe impedimento estatutário para a manutenção de meu cargo de Presidente da AGECEF/ES, continuarei exercendo minhas atividades na Associação, até que seja marcada uma assembleia para avaliação do novo quadro.

Grande abraço

Jose Antonio Borges Alvarenga
Presidente da AGECEF/ES”

Fonte: Agecef/SP

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