O pagamento da PLR de 2020 segue causando indignação entre os empregados da Caixa. Ao publicar o balanço do ano e realizar o adiantamento do pagamento, a empresa não discriminou o cálculo, como em anos anteriores. No holerite, também não detalhou as rubricas, como sempre foi feito. As entidades questionaram e solicitaram o detalhamento do pagamento ao mesmo tempo em que pediram, ao DIEESE, os cálculos dos valores.

O DIEESE apontou uma diferença, atribuindo-a à PLR Social. A Caixa teria distribuído 3% e não, os 4% definidos na negociação coletiva. Internamente, a área de pessoas da Caixa, sob responsabilidade da VIPES, tentou explicar o fato aos empregados dizendo que a empresa não teria alcançado determinados indicadores, que teriam sido estabelecidos em fevereiro de 2020.

“Durante a negociação, a empresa havia dito que o lucro orçado para o ano era de cerca de R$ 9 bilhões. O presidente, meses depois, falava em lucro recorde para a Caixa, superando os R$ 21,1 bi de 2019 e disse que talvez seria o maior lucro do ano entre os bancos. Na divulgação do balanço, o lucro contábil publicado foi de R$ 13,1 bi, menor que o dito anteriormente, mas superior ao orçado, de R$ 9 bi. Com todas essas informações desencontradas, a desconfiança dos empregados é cada vez maior” aponta o diretor-presidente da Apcef/SP, Leonardo Quadros.

A PLR Social, parcela conquistada pelos empregados da Caixa na negociação coletiva de 2010 e mantida desde então, garante aos empregados do banco uma distribuição dos lucros da empresa superior ao que está previsto na Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) da categoria.

De acordo com a direção da empresa, uma das exigências dos controladores (SEST) seria a execução de programas de governo e indicadores. Dessa forma, os programas de governo e indicadores seriam a justificativa para o pagamento de PLR além da CCT e não, limitadores para a parcela. Foi assim nos dez anos anteriores.

“Além disso, as informações são de que os tais indicadores teriam sido definidos em fevereiro do ano passado, antes, portanto, da pandemia. O fato da empresa pretender interpretar o ACT da forma como fez, que é inédita, considerar algo definido antes da pandemia para reduzir o valor da PLR Social, que é um reconhecimento aos empregados, mostra muito desapreço com os trabalhadores da Caixa. Se até as metas foram alteradas mais de uma vez, usando como justificativa os efeitos da pandemia, essa decisão da direção do banco não faz o menor sentido”, diz Leonardo.

“Por fim, o DIEESE explicou que mesmo a metodologia que a Caixa pretende aplicar está equivocada, já que não foi levado em consideração, pela empresa, as compensações dos itens que teriam excedido o esperado, como é demonstrado em ofício enviado à Caixa pela Contraf-CUT. De qualquer forma, os empregados têm direito ao pagamento integral. A impressão que os empregados estão é que, na verdade, a direção não deseja pagar a PLR integral. As entidades seguirão na cobrança para que a Caixa cumpra o que foi negociado. E fica a pergunta: se o lucro superou a expectativa inicial, como a empresa não atingiu os indicadores?”, questiona Leonardo.

Mobilização

Para ampliar a luta na defesa do cumprimento do acordo com o pagamento dos 4% da PLR Social para os empregados, a CEE-Caixa definiu um calendário de ações. Confira:

• 31 de março – quarta-feira – tuitaço, às 14h, em defesa da PLR Social e contra o desmando da Caixa;

• 1º de abril (quinta-feira) – Live sobre a PLR Social e o julgamento pelo TCU no próximo dia 7 de março Ação Civil Pública do concurso 2014 da Caixa. Às 19 horas;

• 6 de abril (terça-feira): tuitaço, às 14h, em defesa das contratações;

• 7 de abril (quarta-feira): atos/manifestações nas unidades. Orientamos também que os empregados vistam preto.

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