Da Agência Fenae
Em mais uma rodada da Pesquisa do Emprego Bancário (PEB), a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf/CUT) e o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) divulgaram que, no primeiro semestre de 2011, além de milhares de demissões, os bancos privados que operam no Brasil têm utilizado a rotatividade para reduzir a renda dos bancários.
A pesquisa aponta que, do ponto de vista salarial, a remuneração média dos admitidos foi 38,39% inferior em relação à dos desligados, representando R$ 2.497,79 contra R$ 4.054,14. Essa diferença salarial entre admitidos e desligados é vista pela Contraf/CUT como perversa para a categoria bancária, “pois só piora a qualidade do emprego e da renda, favorecendo exclusivamente os bancos, que reduzem os seus custos e turbinam ainda mais os seus lucros estrondosos, que superam R$ 27,4 bilhões apenas neste primeiro semestre”.
Nos primeiros seis meses de 2011, segundo a pesquisa da Contraf/CUT e do Dieese, os bancos criaram 11.978 novos empregos, admitindo 30.537 trabalhadores e desligando 18.559. É mostrado ainda que as instituições financeiras privadas usam a rotatividade para baixar a média salarial dos bancários e seguem mantendo a discriminação contra as mulheres, contratadas com salários inferiores aos dos homens. Aliás, a luta contra a rotatividade no sistema financeiro nacional é uma das prioridades da campanha salarial 2011.
Realizada desde 2009, a pesquisa da Contraf/CUT e do Dieese está sendo elaborada trimestralmente com base no Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e do Emprego. Esse estudo visa fazer um acompanhamento sistemático sobre a evolução do emprego e acerca dos principais indicadores do mercado de trabalho na categoria bancária, como subsídio para a atuação do movimento sindical bancário.