Pesquisa Datafolha divulgada nesta terça (26) mostra que sete em cada 10 brasileiros são contra as privatizações pensadas pelo governo Temer, que se assemelham a ideias defendidas por partidos como PSDB e aliados. Segundo o estudo, a maioria (67%) da população também vê mais prejuízos que benefícios na venda de companhias brasileiras.

A recente onda de privatizações realizadas pelo governo federal teve início, no Brasil, durante o governo Collor, e ganhou impulso nos governos do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), que passou para o capital privado expoentes da indústria pesada nacional como a Vale (então Vale do Rio Doce) e a Companhia Siderúrgica Nacional (CNS), além do sistema de telecomunicações (Telebrás), entre outras empresas públicas. 

“Está provado que as privatizações ocorridas na década de 1990, com promessas de melhoria dos serviços e barateamento dos sistemas, não se verificaram, ainda temos os sistemas privatizados (como, por exemplo, as teles) caros e mais ineficientes apesar dos incentivos fiscais e de oligopólios”, apontou a diretora da APCEF/SP, Ivanilde de Miranda.

Segundo o levantamento apenas 20% são favoráveis às privatizações. Outros 10% não souberam responder.

A rejeição à privatização prevalece em todos os os níveis de escolaridade (de 73% entre aqueles com ensino fundamental a 62% entre aqueles com formação superior), e em quase todos os extratos de renda. Apenas os mais ricos (que ganham acima de dez salários mínimos) são majoritariamente a favor da venda das empresas públicas (55%).

Perguntados especificamente sobre eventual privatização da Petrobras, 70% se declararam contrários e 21% favoráveis – o restante não respondeu. A reportagem da Folha de S.Paulo aponta que vem aumentando a resistência contra a venda da estatal, já que, em 2015, 24% eram a favor da sua venda e 61% era contra. 

“Este assemelha-se muito a Caixa (que ainda resiste), vemos que não se trata de ineficiência e sim de tentativa de retirada do mercado passando toda a tecbologia aos concorrentes privados (geralmente empresas transnacionais) com quase nenhum retorno para o povo em curto ou longo prazo”, ressaltou Ivanilde.

O Datafolha ouviu 2.765 pessoas. A pesquisa tem margem de erro de dois pontos percentuais.

Fonte: Rede Brasil Atual com edição da APCEF/SP

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