À esquerda, o coordenador da CEE-Caixa, Jair Pedro Ferreira, a diretora da APCEF Ivanilde Moreira
de Miranda e o coordenador da Comissão de Negociação da Caixa, Sebastião Martins Andrade
As precárias condições de trabalho na Caixa foram temas centrais da mesa de negociações permanentes que aconteceu na quinta-feira, 8 de novembro, em Brasília, entre representantes dos empregados e da Caixa.
Durante a reunião, a diretora da APCEF Ivanilde Moreira de Miranda entregou à direção da Caixa dois documentos.
O primeiro deles é um levantamento feito pela APCEF sobre as condições de trabalho de diversas agências do Estado de São Paulo. O segundo pede a imediata revogação do descomissionamento de uma empregada em licença-maternidade.
Em outubro, a APCEF/SP visitou 147 agências da Caixa vinculadas a Superintendências Regionais da capital e do interior (SRs Bauru, Ipiranga, Santana, Sorocaba e Ribeirão Preto).
A situação encontrada foi desoladora: falta de empregados; extrapolação constante da jornada; trabalhadores passando com dinheiro pelo meio de clientes para abastecimento dos caixas eletrônicos; sistemas de refrigeração ineficientes; instalação ruim das áreas de retaguarda; agências sem acesso a pessoas com deficiência; falta de manutenções básicas (lâmpadas queimadas, pisos soltos, infiltrações, rachaduras), etc.
Também preocupante foi a situação das agências recém-inauguradas: algumas em funcionamento sem energia elétrica (apenas com gerador), número insuficiente de empregados e falta de equipamentos básicos (cadeiras, material de escritório).
"Muito nos preocupa tal situação, pois a Caixa não pode colocar sua imagem em jogo desta forma, tampouco sujeitar seus empregados a trabalhar em locais inadequados, que colocam em risco a segurança e a saúde deles e dos clientes", afirmava um trecho do documento.
E o pior: a falta de estrutura, de sistemas adequados e de empregados não afeta só as agências. As unidades responsáveis pela realização dos serviços de manutenção, de segurança, de tecnologia e de saúde também sofrem desse mal.
A direção da Caixa comprometeu-se a analisar as denúncias feitas pela APCEF/SP.
A APCEF/SP também entregou um documento pedindo a imediata revogação do descomissionamento de uma empregada em licença-maternidade.
A trabalhadora foi afastada do trabalho, primeiramente, por causa do descolamento da placenta em uma gravidez de altíssimo risco. Em seguida, entrou em licença-maternidade.
Alguns dias depois do nascimento do bebê, o gerente da unidade entrou em contato com a empregada para parabenizá-la e informá-la que, infelizmente, sua função havia sido retirada, de modo retroativo e automático.
"A Caixa foi o primeiro banco a adotar a licença-maternidade de seis meses. Esse foi um gesto que demonstrou a grande preocupação da direção com o bem-estar de suas empregadas. Não podemos admitir incoerência tamanha como a retirada da função da empregada em uma situação tão delicada, justamente no momento em que mais necessita de recursos, pois, como todos sabem, a chegada de um bebê, ainda mais prematuro, traz um considerável aumento de gastos", afirmava o documento.
"Pedimos à Caixa que reveja o normativo que trata da retirada de função de trabalhadores em licença por causa de problemas graves de saúde, pois este não é o único caso. O empregado já está em uma situação bastante delicada. A retirada de função pode agravar ainda mais o quadro e levar a situações desesperadoras", ponderou a diretora da Associação.
A CEE-Caixa cobrou da direção do banco, durante a rodada de negociações, medidas urgentes para resolver os problemas verificados na retaguarda, especialmente em relação à segurança dos empregados.
Também foram debatidos os graves problemas dos tesoureiros. Ficou definido, entre outros pontos, que a Caixa apresentará, em março de 2013, um plano de ação para solução definitiva de itens como saúde, segurança e condições de trabalho relacionadas à retaguarda.
Discutiu-se, ainda, a respeito da devolução dos valores descontados dos empregados que permaneceram em greve em 28 de setembro; a instalação das Cipas e os cursos de formação dos membros eleitos; o GT Saúde Caixa e o GT Saúde do Trabalhador; e os problemas no conteúdo da cartilha de divulgação da promoção por mérito.
O próximo encontro da mesa permanente de negociações está marcado para 20 de dezembro.
Outros assuntos debatidos
Descomissionamento
Péssimas condições de trabalho