Por Fonte: Meire Bicudo e Fábio Jammal Makhoul

Em pouco mais de uma hora, os banqueiros colocaram na mesa de negociações toda a sua ganância e egoísmo. O setor mais lucrativo do Brasil, que só no primeiro semestre deste ano faturou R$ 11,6 bi (78,2% a mais que o mesmo período de 2002), alegou não ter margem para elevar os custos da folha de pagamento, que no ano passado foi coberta somente com as receitas de tarifas.
A Executiva Nacional dos Bancários propôs um calendário de negociações para tentar solucionar o impasse, mas a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) recusou. “Não adianta continuar com as negociações porque nós não mexeremos na proposta. Continuar seria vender uma ilusão para a categoria de vocês” – disse Magnus Apostólico, negociador da Fenaban. Os banqueiros insinuaram, ainda, que pensam em descontar os dias parados.
“É um absurdo ouvir dos banqueiros que eles não têm condições de aumentar a proposta. A categoria já deu o seu recado e recusou os valores apresentados. Manter a mesma proposta é ignorar um movimento forte, como esta greve. O que disseram hoje na mesa de negociações soou como provocação” – disparou Vagner Freitas, presidente da Confederação Nacional dos Bancários (CNB/CUT).
A orientação da Executiva Nacional dos Bancários é que a categoria mantenha e amplie a greve em todo o País. “Se quisermos sair vitoriosos desta Campanha Salarial, a greve tem que ser fortalecida nos bancos públicos e ampliada nos bancos privados” – avisou Vagner.

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