O Ministério Público do Trabalho de São Paulo solicitou, em 20 de setembro, que a Justiça do Trabalho julgue a greve dos bancários e que o Tribunal Regional do Trabalho (TRT) de São Paulo conceda liminar para garantir que 70% dos serviços prestados à população sejam mantidos.
A posição da APCEF/SP é de que não deve haver intervenção da Justiça em processos de negociações.
Experiências anteriores de ajuizamento de dissídio, inclusive na Caixa Econômica Federal, não garantiram reajuste salarial. “Não existe nenhuma legislação que determina aumento salarial nem reposição da inflação. Por isso, apostamos na negociação entre banqueiros e bancários. O Tribunal não é saída para o impasse” – comentou a
diretora-presidente da APCEF/SP, Fabiana Matheus.
Em matéria da Folha On Line, de 21 de setembro, a procuradora regional do Trabalho, Oksana Boldo, afirmou: “Esse é um serviço essencial que tem de ser mantido à população. Pedi que seja instaurado dissídio coletivo e que o TRT avalie o caso e marque uma audiência de conciliação entre as duas partes. Se não houver acordo nessa audiência, o TRT pode julgar a greve”.
Os banqueiros estão divulgando na Imprensa que a greve não afeta a população que precisa realizar serviços bancários. “Por que, então, conceder liminar para garantir que 70% dos serviços prestados à população sejam mantidos? A própria Caixa afirma que apenas 4% de suas agências estão fechadas!” – questionou a diretora-presidente da APCEF/SP.
É bom lembrar que a greve é um instrumento legítimo de luta. E o ajuizamento do dissídio pode ser mais uma forma de pressionar os trabalhadores na tentativa de suspensão ou esvaziamento do movimento grevista.
Dessa forma, desde que tomaram conhecimento da medida do Ministério Público, as entidades entraram em contato com o TRT/SP para que não seja julgada a greve e que não haja a realização da audiência de conciliação, inclusive por já ter sido agendada negociação com a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) para a tarde de terça-feira, 21 de setembro.
“A APCEF/SP conclama todos os empregados, apesar das pressões, a manter a greve. Só com um movimento forte conquistaremos uma proposta digna!” – finalizou a
diretora-presidente da APCEF/SP.

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