Com a justificativa de aumentar a segurança no acesso aos sistemas corporativos, a Caixa anunciou aos empregados que implementaria uma nova ferramenta para autenticar o acesso aos sistemas corporativos do banco, o chamado “MFA”. Ampliar a segurança é algo positivo, mas a forma que a Caixa pretende adotar possui problemas.

O modelo escolhido pelo banco prevê o uso de um smartphone para autenticar o acesso aos sistemas. Como a Caixa não disponibiliza este aparelho aos empregados, presume-se, então, que a orientação da empresa (não expressa nos comunicados divulgados) é que o trabalhador deveria utilizar seu telefone particular. Os comunicados do banco não preveem reembolso ou contraprestação aos empregados pelo uso de seus recursos pessoais para o trabalho.

Outra omissão nas comunicações feitas aos empregados é com relação aos efeitos de eventuais problemas no acesso ao sistema, não explicando quais são as alternativas caso haja falha, bloqueio, impossibilidade de acesso ou ausência de confirmação da autenticação, ou mesmo se está prevista alguma penalidade nestes casos.

As entidades já receberam diversos relatos, por parte dos empregados, de problemas de acesso neste primeiro dia de aplicação do MFA. “A implementação deste dispositivo já está causando diversos problemas. Por isso, a Apcef/SP e o Sindicato de Bancários enviaram um ofício à Caixa requerendo a suspensão de sua aplicação até que haja negociação com as entidades. É um absurdo que a empresa transfira para o empregado a responsabilidade de possuir equipamentos para que desenvolva seu trabalho”, explicou o diretor-presidente da Apcef/SP, Leonardo Quadros.

A Contraf-CUT também encaminhou mensagem à Caixa cobrando a suspensão da exigibilidade da ferramenta e que haja uma mesa de negociação urgente para tratar do tema.

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