Da Agência Fenae

Fenae critica declaração de Márcio Fortes e se apresenta para a defesa do quadro técnico da empresa. Lutará, ainda, para que tudo seja desvendado. APCEF/SP endossa posicionamento da entidade

O ministro das Cidades, Márcio Fortes, tenta jogar sobre os ombros de empregados da Caixa a responsabilidade por irregularidades em obras contratadas com recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Em entrevistas concedidas a jornais do fim de semana, ele diz que “é preciso apurar a participação de servidores da Caixa na fraude”, por ser a empresa a responsável pelos contratos.
A inferência do ministro é, no mínimo, irresponsável. As investigações indicadas pela Corregedoria Geral da União e realizadas pela Policia Federal na chamada operação “João de Barro” não envolveram, até o presente momento, um só empregado da Caixa. Dentre os contratos fraudulentos, o que pode estar relacionado à Caixa é ainda residual. Até a manhã de 23 de junho, a empresa não havia sequer sido abordada pelos órgãos que procedem as apurações.
A Fenae, assim como a APCEF/SP, condena a declaração do ministro Fortes e se apresenta para a defesa do quadro técnico da Caixa. O profissionalismo e a conduta de engenheiros, arquitetos e demais empregados diretamente envolvidos com os projetos da empresa não dão margem a questionamentos inconsistentes e, tampouco, a ilações.
Para lançar suspeita sobre esses profissionais, o ministro precisa antes oferecer indícios concretos, por mínimo que sejam. Pedir investigação sem base em fatos cheira a manobra para desviar o fogo do escândalo. E aí não se trata apenas de uma esperteza, mas de uma atitude passível de ação judicial.
A operação “João de Barro” está em curso e a Fenae espera que ela desvende tudo o que está por ser esclarecido. E o ministro Márcio Fortes, que já deve mil e uma explicações nesse escândalo, pode ser ainda acionado judicialmente por crime contra a honra dos empregados da Caixa.

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