Marielle Franco, 38 anos, assassinada na noite de quarta-feira (14), no centro do Rio de Janeiro, além de vereadora do Rio de Janeiro, era representante e protagonista da defesa dos direitos sociais e humanos.

Nas redes sociais, a ativista se descrevia assim: “mulher negra, criada na favela da Maré e defensora dos Direitos Humanos”. Sua atuação política e social foi contada nas vielas das favelas e na defesa dos direitos à vida das mulheres, dos negros e da juventude.

Defendeu a política como instrumento de luta cotidiana. “Nós a sentimos todos os dias quando vamos levar nossos filhos, sobrinhos e netos para a escola e não tem aula, ora por causa do tiroteio ora porque não tem professores; quando não há vaga nas creches; quando não há atendimento nos hospitais; quando somos desrespeitadas nos transportes públicos; desvalorizadas no ambiente de trabalho; assediadas nas ruas; violentadas em casa. O que sentimos na verdade é a falta ou a precariedade de políticas públicas que respondam às necessidades diárias”, afirmou Marielle em postagens nas redes sociais.

O jornalista Felipe Betin, na publicação El País, conta que “a vereadora havia denunciado há quatro dias a truculência da Polícia Militar no bairro de Acari, na periférica Zona Norte do Rio. Foi com esse contexto em mente que muitos apoiadores de Marielle acreditam que policiais são os principais suspeitos do assassinato. As circunstâncias indicam que foi uma execução planejada, uma hipótese com a qual a Polícia Civil já trabalha. Foram nove tiros no carro, sendo que quatro atingiram a cabeça da vereadora. Nada foi levado após o crime”.

Marielle era também, desde 28 de fevereiro, a relatora de uma comissão da Câmara dos Vereadores criada para fiscalizar a intervenção federal na Segurança do Rio de Janeiro, com o poder de aprovar relatórios e providências contra militares e policiais.

A vereadora afirmava que “a nossa força vem do sonhar, do lutar, do existir e resistir. O protagonismo é da mulher, da raça, da Mulher Raça”.

 

Marielle Franco, presente! – Socióloga formada pela PUC-Rio e mestra em Administração Pública pela Universidade Federal Fluminense (UFF). Sua dissertação de mestrado teve como tema: “UPP: a redução da favela a três letras”. Trabalhou em organizações da sociedade civil como a Brasil Foundation e o Centro de Ações Solidárias da Maré (Ceasm). Coordenou a Comissão de Defesa dos Direitos Humanos e Cidadania da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), ao lado de Marcelo Freixo. Foi eleita vereadora no Rio de Janeiro, em 2016, com 46.502 votos

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