As delações feitas empreiteiros, executivos da Odebrecht e da J&F, além da confissão de membros da própria diretoria da Caixa, vêm mostrando a dimensão do uso do banco pelo PMDB.

Na liderança do esquema estaria o ex-presidente da câmara federal, Eduardo Cunha. O esquema de corrupção na Caixa é objeto de uma ação penal que tramita na 10ª Vara Federal de Brasília, e tem Cunha como um dos réus.

Somente em uma das frentes de investigação a respeito de fraudes na Caixa, a Polícia Federal indicou que Cunha em associação com Geddel Vieira Lima (PMDB-BA), ex-ministro e ex-vice-presidente de pessoas jurídicas do banco público, intermediaram ao menos R$ 1,2 bilhão em empréstimos para empresas em troca de vantagens ilícitas.

Em recente depoimento à Polícia Federal, Funaro apontou o presidente Michel Temer (PMDB) e revelou detalhes sobre os pagamentos de propinas milionárias feito por empresários em troca de empréstimos da Caixa e de repasses do FI-FGTS (Fundo de Investimento do Fundo de Garantia de Tempo de Serviço, criado em 2007 para aplicar recursos dos trabalhadores brasileiros em projetos de infraestrutura).

Este era um dos braços do esquema de corrupção montado por Cunha. O elo de Cunha com o FI-FGTS era Fábio Cleto, vice-presidente de fundos de governo e loterias da Caixa, um dos membros com direito a voto no conselho do fundo de investimentos. Em abril de 2011, Cleto foi nomeado para o cargo por indicação de Cunha. Por sua vez, quem o indicou a Cunha foi Funaro.

Cleto contou a procuradores da República como funcionava o esquema: “Em todos os casos, Fábio Cleto repassava informações sigilosas a Eduardo Cunha –com quem se reunia semanalmente– e este ou Lúcio Bolonha Funaro solicitava propina da empresa interessada em obter valores do FGTS –seja por intermédio do FI-FGTS ou, ainda, da carteira administrada”.

Questionada sobre as investigações a Caixa não se manifestou até o fechamento desta reportagem.

Fonte: APCEF/SP com informações do UOL

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