Na quinta-feira (23), a Caixa divulgou o resultado do exercício de 2022, registrando um lucro líquido de R$ 9,8 bi, o que representa uma queda de 43,4% em relação ao resultado de 2021 (quando o lucro foi de R$ 17,2 bi). O resultado foi impactado negativamente pelo aumento de R$ 4,6 bi na despesa com provisão para devedores duvidosos (PDD), que representa um incremento na rubrica de 41,5% em relação ao ano anterior. O aumento da constituição da PDD teria sido realizado pelo resultado do retorno da cobrança das primeiras safras de crédito consignado do Auxílio Brasil e da carteira de micro finanças, que apontariam para um aumento significativo do risco de inadimplência.

Outro fato relevante para a redução no lucro foi a queda dos efeitos não recorrentes no resultado do banco. Em 2021, a venda das ações do banco PAN, da Caixa Seguridade, os lucros com vendas de imóveis, PDVE, e com o recebimento de up front pela Caixa Cartões na venda de parte de seu balcão, contribuíram em R$ 4,8 bi no resultado do exercício. Já em 2022, a contribuição dos resultados não recorrentes para o lucro do banco foi de R$ 576 milhões.

Outro item que apresentou uma variação negativa relevante no lucro do banco foi o resultado de equivalência patrimonial (REP), cuja contribuição para o resultado caiu de R$ 5,7 bi em 2021 para R$ 3,6 bi em 2022, uma queda de R$ 2,1 bi. A redução reflete os desinvestimentos, venda de ativos e a venda da exclusividade do balcão do banco por parceiros, e é efeito da política de fatiamento do banco, que inflou os resultados de anos anteriores vendendo ativos e antecipando receitas que, agora, passam a ser divididas com os parceiros privados das joint-ventures constituídas no período.

“O resultado da Caixa em 2022 é um reflexo dos efeitos da política implementada na era Pedro Guimarães. O modelo adotado nunca foi sustentável e, inclusive, não é utilizado pelos concorrentes da Caixa, já que compromete os resultados futuros da instituição, como é possível constatar, e como sempre alertamos. Agora, será fundamental para o futuro da Caixa reverter este processo de fatiamento, extinguindo as subsidiárias e incorporando-as novamente à Caixa”, afirmou o diretor-presidente da Apcef/SP, Leonardo Quadros.

Manifesto pelo fortalecimento da Caixa – Dirigentes da Apcef/SP estiveram presentes na apresentação do balanço, e entregaram à presidente Maria Rita Serrano um manifesto pelo fortalecimento da Caixa, documento no qual expõe a necessidade e a importância pra o futuro de banco de reverter o processo de fatiamento realizado durante as gestões anteriores. O documento também foi entregue pelos representantes dos empregados na reunião da mesa permanente ocorrida no dia 23 de março.

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