A Caixa anunciou nesta sexta-feira (29) o balanço do ano 2018 voltando a justificar a venda de ativos e anunciando novos rumos para a concessão de crédito e para as lotéricas.
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Como já vinha sendo observado desde 2016, em 2018 a participação no mercado bancário continuou em queda. Para Guimarães este movimento fez parte de uma readequação planejada pelas gestões anteriores e que, passado este período, o banco voltará a crescer com um objetivo diferente. “Vamos focar na padaria do Seu Joaquim”, explicou se referindo às micro e pequenas empresas.
Segundo o presidente, a intenção é também se concentrar em pessoa física e no crédito imobiliário, área onde a Caixa já lidera. O crédito consignado está nesta lista e contará com o lançamento de um cartão de crédito específico no próximo mês.
Parte desse plano será realizado através das lotéricas cuja expansão já havia sido anunciada por Guimarães. “Queremos que elas façam mais que a venda de jogos, que façam a venda de produtos como seguros, por exemplo”, afirmou.
Abertura de capital
Outro foco é a abertura de capital, inclusive fora do país, e a venda de áreas já divulgadas na imprensa (seguros, cartões, loterias e asset). A principal justificativa continua sendo a suposta dívida de R$40 bilhões que o banco possui com a União e que a APCEF/SP já demonstrou não ser realmente uma dívida. “Isso é uma determinação do ministro Paulo Guedes, mas ele já disse que se tiver espaço devolver, devolve”, disse o presidente.
Guimarães afirmou ainda que não está planejada a venda de outras loterias, mas que assim como no caso da Lotex (que está prestes a ter a concessão leiloada) o governo é quem poderá decidir vendê-las caso ache necessário.
Além da Lotex, cartões e seguridade devem ser vendidas ainda este ano. Já loterias e asset devem ficar para 2020. No caso da asset, a empresa ainda está sendo criada, mas já possui o nome de sua futura presidente, a atual vice-presidente de administração e gestão de ativos de terceiros, Luciane Ribeiro. A futura presidente da asset também revelou que o banco pretende trazer produtos mais sofisticados, entre eles a previdência privada, de olho no mercado que pode se expandir com após a reforma da previdência, caso aprovada.
“As condições para implementar essas mudanças não existem atualmente, os empregados se deparam com problemas como taxas de juros acima de mercado em diversos produtos, pouca margem de negociação, pouca agilidade nos processos e muita incerteza com relação ao seu futuro, fruto de declarações do próprio presidente da Caixa”, comentou o diretor-presidente da APCEF/SP, Kardec de Jesus Bezerra, sobre o novo foco do banco.