Foi anunciado na segunda-feira, 21 de janeiro, que a Caixa e o Banco do Brasil já estão se preparando para apresentar novas reduções de taxas e ampliação de linhas de crédito. A medida faz parte de um plano, do Ministério da Fazenda, com o objetivo de turbinar a atividade de oferta de crédito no País.

Embora os bancos tenham feito reduções em suas taxas de juros ao longo do ano passado, a avaliação da equipe econômica do governo federal é que  foram muito conservadores na concessão de financiamentos tanto para pessoas físicas quanto para empresas e acabaram contribuindo para o baixo crescimento. Acreditam, ainda, que todo o movimento de corte de juros não foi o suficiente e que tanto empresários quanto consumidores podem se beneficiar de uma nova rodada de redução das taxas.

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, defende que a inadimplência – um dos principais argumentos das instituições privadas para manter a postura conservadora no crédito – se estabilizou no país.

Segundo dados do Banco Central (BC), esse indicador encerrou novembro em 5,84%, sendo que ele estava em 5,93% em outubro e 5,88% em setembro. No caso das pessoas jurídicas, o percentual está em 4,08%; e das pessoas físicas, em 7,8%.

Resultados

O ministro da Fazenda também tem dito às instituições financeiras que se eles tivessem sido mais generosas na oferta de crédito, especialmente para financiar os investimentos do setor privado em infraestrutura, o desempenho da economia poderia ter sido melhor no ano passado.

A previsão inicial do governo para 2012 era que o Produto Interno Bruto (PIB, conjunto de bens e serviços produzidos pelo país) poderia crescer 4,5%, mas a taxa chegará a 1% na melhor das hipóteses. Dados do Banco Central mostram que o crédito para a indústria ficou praticamente estável em 2012, começando o ano em 9,9% do PIB e terminando pouco acima de 10%.

Mantega também tem dito aos executivos que os balanços dos bancos públicos vão mostrar bons resultados, mesmo com a redução feita no spread (diferença entre a taxa que o banco paga para captar o dinheiro e a que cobra para emprestá-lo ao consumidor), graças ao aumento de participação dessas instituições no mercado brasileiro.

Além de contar com o aumento do crédito, o governo já age em outras frentes para fazer a economia deslanchar. Nos planos está a ampliação da desoneração da folha de pagamentos para todos os setores da economia.

Para garantir que os gastos públicos em investimentos aumentem sem riscos para o equilíbrio fiscal, a equipe econômica já discute fazer alterações na meta de superávit primário, fixada em 3,1% do PIB. Entre as alternativas, está reduzir oficialmente a meta para um percentual próximo a 2% ou ampliar o volume de gastos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), que o governo pode abater do superávit primário.
 

com informações de O Globo

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