Desde o final de 2021, a Apcef/SP e o Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região vem apurando denúncias de assédio moral no âmbito da SEV Itaquera, na zona leste da capital. Após as entidades cobrarem providências à superintendência de Rede Leste, uma pesquisa de clima foi iniciada e a gestora teria recebido feedback acerca de seu comportamento, mas sem registro no sistema, de acordo com informação recebida pelas entidades.

No dia 11 de abril, em mais uma reunião acerca do assunto, a superintendência informou às entidades que sua pesquisa institucional também identificou problemas com o clima organizacional, ao que preferimos nomear de ambiente de trabalho adoecedor, para que se compreenda a gravidade. O documento não foi disponibilizado às entidades, pois, conforme a superintendência, seria confidencial.

Em novas conversas com os empregados, alguns apontaram que o problema persiste, outros que perceberam que a abordagem estaria menos frequente e mais objetiva. Existe grande preocupação com a maneira de cobrar objetivos “como se as pessoas não fossem inteligentes ou se não estivessem fazendo nada em seus locais de trabalho”, nas palavras de colega da região. Representantes do Sindicato e da Apcef/SP continuarão em contato com os colegas para resolver o problema.

“É inadmissível que a Caixa seja gerida desta maneira. Sabemos que é o mote da gestão atual, haja vista a GDP 2021, mas não vamos deixar passar que as superintendências instituam nas agências esse modelo adoecedor. Elas nem deveriam tentar, uma vez que é insustentável. As pessoas adoecem, deixam as funções, necessitam de licenças médicas de tanta pressão, e fica cada vez mais difícil atender e também fazer negócio. Se quem só vê números não entende o mal que o assédio causa à vida das pessoas, que faça as contas de quantos produtos vende um colega afastado”, explicou a diretora da Apcef/SP, Vivian Carla de Sá.

Uma das atitudes que resultou do retorno da pesquisa teria sido a criação de um grupo de trabalho para melhorar o clima organizacional na região, formado por empregados que quisessem participar, de qualquer função ou atividade.

“O grupo já começou a se reunir e é formado por oito colegas. Esperamos que tenha resultado positivo, apesar de acharmos questionável a participação da própria gestora no grupo. Como é acompanhado pela Cerep, esperamos que tenham autonomia para melhorar o dia a dia dos colegas. Mas existe uma pendência muito grave, que não pode ser tratada pelo grupo”, contou a diretora da Apcef/SP.

Trata-se da preocupação na região com a perseguição contra colegas que fizeram denúncias em rede social contra a gestão ao presenciarem os desdobramentos do assédio em seu local de trabalho. A Apcef/SP e o Sindicato fazem um apelo aos colegas para que, nestes casos, procurem as entidades, já que essas têm maior respaldo para tratar as demandas, tanto de assédio quanto de estrutura ou até descumprimento de normativos por parte da gestão.

“É importante ressaltar que as entidades sindicais não aceitam perseguição”, ressaltou o diretor-presidente da Apcef/SP, Leonardo Quadros. “O Sindicato e a Apcef/SP nunca aceitaram esse tipo de conduta por parte da gestão da empresa contra qualquer colega, de qualquer função, em qualquer local de trabalho, ou qualquer histórico de posicionamento político. Ressaltamos ainda que um colega da região que sofre apuração de responsabilidade com relação a postagens está recebendo atendimento jurídico. A gestão tenta desviar o foco dando peso no canal utilizado, mas voltamos a afirmar, e a Caixa acaba de confessar: as denúncias, de maneira geral, são graves e verdadeiras”, finalizou.

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