A Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae) e as 27 Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (APCEFs) filiadas à federação divulgaram nesta quinta-feira (14) manifesto em que condenam a falta de medidas eficazes do governo para reduzir as aglomerações em unidades do banco público por conta do pagamento do auxílio emergencial, a exemplo do que ocorreu nas últimas semanas.

No documento, a Fenae e as Apcefs reivindicam a adoção de medidas como a descentralização do pagamento, massificação de campanhas de esclarecimento sobre o benefício, uma vez que boa parte das filas é decorrente da falta de orientação; e o estabelecimento de parcerias com estados e municípios, visando orientar, cadastrar ou recadastrar as pessoas que encontram dificuldades.

“O caos instalado nas agências é o retrato da incompetência de um governo que não dá atenção aos mais carentes e deixa que recaia sobre os empregados do banco o descontentamento com os erros cometidos em todo o processo de concessão, pagamento do benefício e combate à pobreza no Brasil”, destacam as entidades.

Desde que o auxílio emergencial entrou em vigor, o movimento sindical e o movimento associativo alertaram a direção do banco sobre o risco da centralização do pagamento da renda mínima na Caixa. “Falta de informações, falhas em aplicativos e concentração do pagamento do auxílio emergencial em apenas um banco geraram o clima de estresse e indignação nas agências da Caixa, ameaças físicas aos bancários, dentre outros transtornos”, denunciam a Fenae e Apcefs.

Para o presidente da Fenae, Sergio Takemoto, faltou planejamento por parte do governo federal. “Fizemos diversas reivindicações à direção do banco e a outros órgãos do Executivo — inclusive, ao ministro da Saúde — solicitando que medidas efetivas fossem tomadas em proteção à saúde das pessoas e dos bancários. Não nos ouviram e quem está sofrendo são os milhões de brasileiros e os cerca de 50 mil trabalhadores da Caixa à frente deste atendimento essencial à população”, acrescenta Takemoto.

No manifesto, as representações dos empregados da Caixa destacam a preocupação com o agravamento do problema. Para o mês de maio, além da segunda parcela do auxílio emergencial que começará a ser paga a partir da próxima segunda-feira (18), está previsto o pagamento do  Benefício Emergencial de Preservação do Emprego e da Renda, destinado aos trabalhadores que tiveram redução de jornada de trabalho e de salário ou suspensão temporária do contrato de trabalho em função da crise causada pela pandemia do coronavírus, o que pode gerar um novo fluxo de quase 24 milhões de beneficiários.

“Todos os dias recebemos notícias de novos bancários da Caixa contaminados, além de informações sobre óbitos e as centenas de casos suspeitos. Não podemos deixar de citar também os relatos que chegam às entidades de trabalhadores estressados e com risco de adoecimento mental, por conta da pressão. Números esses que poderiam ser maiores se não fosse a atuação das entidades representativas junto à direção da empresa para assegurar equipamentos de proteção individual (EPIs), como máscaras e luvas, e outras medidas protetivas como o teletrabalho para as pessoas que se enquadram no grupo de risco e sistema de revezamento com home office”, ressaltam as entidades.

Por fim, Fenae e Apcefs cobram mais respeito e reconhecimento  “aos trabalhadores da Caixa, que estão na linha de frente do atendimento se desdobrando para fazer o melhor para as pessoas que procuram a Caixa, mas é necessário que o banco ofereça condições dignas de trabalho e pare de colocar em risco a saúde e a vida da categoria”.

:: Confira a íntegra do Manifesto.

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