A Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae) aderiu à Articulação Nacional pelo Feminicídio Zero, por meio da assinatura de carta na qual expressa o compromisso com a promoção dos direitos humanos das mulheres e a não tolerância às violências baseadas em gênero. A adesão foi formalizada, nesta quinta (28), durante a reunião do Conselho Deliberativo Nacional (CDN) da entidade, formado por representantes das 27 Associações do Pessoal da Caixa (Apcefs), em Brasília (DF). A cerimônia contou com a presença da ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, dirigentes das Apcefs e da Federação.
A mobilização da Federação, denominada “Fenae com elas”, envolverá ações junto aos empregados da Caixa e nos projetos de inclusão social desenvolvidos por meio do Movimento Solidário – programa de Responsabilidade Social da entidade e das Apcefs. A carta-compromisso foi assinada pela ministra Cida Gonçalves e pelo o presidente da Fenae.
Ao recepcionar a ministra, Sergio Takemoto lembrou que a Fenae representa mais de 80 mil empregados ativos e 40 mil aposentados do banco público e que está em seu DNA a luta pela democracia, os direitos dos trabalhadores e a equidade de gênero.
Ele anunciou que o combate à violência contra a mulher e ao feminicídio será incluído nos projetos de desenvolvimento sustentável e inclusão social, desenvolvidos por meio da parceria da Fenae e das Apcefs com a ONG Moradia e Cidadania, nos 27 estados do Brasil.
“A assinatura dessa carta-compromisso reforça que os empregados da Caixa sabem da importância de fazer o combate ao feminicídio e de combater a toda forma de assédio moral ou assédio sexual.
Então, para nós, assumir esse compromisso junto com a Moradia e Cidadania é muito importante e, tendo ainda o apoio dessa campanha do governo, é fundamental para que a gente avance, porque nós não podemos permitir qualquer forma de violência às mulheres, de violência às minorias, qualquer tipo de violência”, frisou Takemoto.
A deputada federal Erika Kokay não pode comparecer à cerimônia, porque está viajando, mas enviou um vídeo onde ressalta a importância do engajamento da Fenae e Apcefs na mobilização contra a violência de gênero. “Este projeto Fenae com Elas é absolutamente fundamental. Não podemos deixar de nos colocar em movimento para eliminarmos todas as formas de violência que atinge as mulheres e que culminam com uma violência tão brutal como o feminicídio”, explicou a parlamentar.
Para o presidente do CDN da Fenae, o engajamento de homens e mulheres na luta contra o feminicídio é fundamental para reverter o cenário de violência no país. “Estamos honrados em participar desta mobilização nacional em defesa das mulheres e respeito aos seus direitos”, ressaltou Bala.
A ministra Cida Gonçalves agradeceu o compromisso da Fenae e ressaltou a importância da mobilização social para tratar de um problema que, segundo ela, virou uma epidemia. “Com a campanha Feminicídio Zero nosso objetivo é que a violência não seja um problema só das mulheres. O Brasil inteiro discuta o que está acontecendo. A cada seis minutos uma mulher ou uma menina é violada sexualmente e a cada seis horas uma mulher é assassinada no Brasil”, disse a ministra.
Cida Gonçalves lembrou que além do aumento de ocorrências, os crimes contra mulheres estão ganhando requintes de crueldade. “Não dá mais para o Brasil se silenciar, a autorizar os feminicídios, a violência sexual e as ameaças pelas redes sociais. O mesmo ódio que vitimam mulheres é o mesmo ódio que tentaram tirar a democracia em 8 de janeiro e fazer um plano para matar o presidente da República, o vice-presidente e o presidente do STF. Mas, o mesmo Brasil que está acabando com a fome, é o mesmo Brasil que vai acabar com a violência contra as mulheres e o feminicídio”.
A ministra elencou ações que o governo tem realizado para proteção das mulheres vítimas da violência como a construção de casas da mulher brasileira, instalação de serviços especializados e fortalecimento da legislação.
A campanha Feminicídio Zero foi lançada em 2024, para marcar os 18 anos da Lei Maria da Penha. Objetivo é ter uma mobilização permanente direcionada a todos os setores da sociedade, para que se juntem às iniciativas do governo federal, visando erradicar os feminicídios através da prevenção a todas as formas de violência com base em gênero contra as mulheres.