Por Fábio Jammal Makhoul – CNB/CUT
Em um total desrespeito com os bancários, os banqueiros da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) ofereceu, em 22 de agosto, durante terceira rodada de negociações, 9% de reajuste. Indignados com a proposta, os membros da Executiva Nacional dos Bancários retiraram-se da mesa de negociações e encerraram os debates, que deveriam ocorrer durante todo o dia.
“A proposta da Fenaban é um tapa na cara dos bancários. Ela é a metade da inflação do período projetada pelo INPC para o Banco Central, que é o índice que os próprios banqueiros trabalham (18,8% até o fim de agosto). Nunca, em 25 anos de negociações, a Fenaban propôs um reajuste equivalente a metade da inflação” – disse Vagner Freitas, presidente da Confederação Nacional dos Bancários (CNB/CUT).
Alta lucratividade dos bancos: ganância
Vagner destaca que mesmo numa conjuntura onde a alta lucratividade dos bancos prevalece, os banqueiros conseguem mostrar que a ganância supera a responsabilidade social. Ele lembrou que o setor financeiro é o que teve a maior rentabilidade no País, chegando a 14% no último período, contra 4% do setor produtivo.
“Enquanto isso, a renda do trabalhador tem uma diminuição brutal, como provou esta semana o IBGE. A cesta básica aumenta, a telefonia aumenta, o poder de compra dos bancários diminui, os lucros dos banqueiros disparam e eles ainda oferecem um reajuste no mínimo desrespeitoso” – desabafou.