As empresas estatais brasileiras lucraram 132% a mais em 2018 do que no ano anterior segundo o Boletim das Empresas Estatais Federais da Coordenação e Governança das Empresas Estatais do Ministério da Economia. Ao todo, o lucro líquido somado é de R$ 74,3 bilhões.
De acordo com o boletim esse aumento se deve à redução de despesas e venda de ativos. No corte de despesas está incluído o fechamento de postos de trabalho. De 2014 até 2019 o número de empregados em empresas estatais foi reduzido em 60 mil. Há previsão de que novos programas de demissão possam ocorrer em breve.
O secretário de Coordenação e Governança das Empresas Estatais do Ministério da Economia, Fernando Soares, declarou que haverá um aprofundamento da política de privatizações do governo. Está sendo estudado um novo modelo de privatização da Eletrobras, da Companhia Docas do Estado do Espírito Santo (Codesa) e, conforme afirmou o presidente Bolsonaro, terá início estudos de privatização dos Correios.
Caixa
Enquanto isso, o presidente da Caixa, Pedro Guimarães, afirmou em entrevista à Folha de S. Paulo que o banco está em plena condição de retomar o mercado de crédito. Guimarães garante que devido ao atual nível de capital próprio (índice de Basileia) é possível para a Caixa voltar a ampliar oferta de crédito e com isso elevar ainda mais o lucro do banco.
No entanto, a Caixa foi apontada recentemente como a empresa que irá puxar as privatizações do atual governo. Isso irá ocorrer com a venda de ativos do banco em 38 operações no mercado de capitais.
Contradição
Soares não acredita ser uma contradição vender empresas que rendem lucros crescentes ao governo. O secretário comemorou os números das estatais em 2018 dizendo que “uma empresa estruturada economicamente é um ativo melhor para ser privatizado”.